As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) encerraram o dia alta, refletindo os riscos políticos, fiscais e sanitários em um momento no qual a vacinação avança lentamente e o Orçamento de 2021 espera a assinatura do presidente Jair Bolsonaro.
Depois de abrirem em queda, as taxas inverteram o sinal ainda pela manhã e mantiveram-se em alta depois do leilão de NTN-B realizado pelo Tesouro Nacional, que teve grande demanda, mas sem provocar oscilações muito bruscas na curva a termo em dia de liquidez reduzida e sem gatilhos de curto prazo.
“Na ausência de dados econômicos relevantes, o mercado se voltou ao leilão de NTN-B”, observou Luís Felipe Laudísio, operador de renda fixa da Renascença Corretora. O leilão atingiu um grande volume, na avaliação de operadores. “Parte pode ser explicada pela demanda dos últimos meses e parte pela liquidez, dado grande vencimento na virada do mês”, acrescentou Laudísio.
Enquanto isso, apesar de diversos indicadores sinalizarem uma pressão inflacionária cada vez maior, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizou durante palestra proferida na manhã de hoje sua percepção de que o choque na inflação será “temporário”.
Além dos temores relacionados à alta dos preços, as taxas também estão sob pressão do impasse político em torno do Orçamento de 2021, aprovado no fim do mês passado no Congresso, mas ainda não sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. “É impossível avançar com o Orçamento proposto pelas casas legislativas”, opinou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 4,645%, de 4,610% no ajuste anterior o DI para janeiro de 2025 ia a 8,23%, de 8,18% antes 2027 tinha taxa de 8,85%, de 8,78%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar à vista operava em queda de 1,5%, cotado na faixa de R$ 5,59.
Ricardo Gozzi / Agência CMA – Imagem: Piqsels.com
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