O dólar comercial fechou em queda de 0,56% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6790 para venda, acompanhando o exterior mais positivo em meio à busca por risco e em ajustes na volta do feriado prolongado aqui e em boa parte do mundo. Investidores também reagiram ao resultado acima do esperado do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll. A moeda, que se manteve em queda por todo o pregão, teve um dos melhores desempenhos entre as divisas de países emergentes.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressalta que o resultado do payroll ficou “muito acima” das expectativas, ao criar 916 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos, em março. “É o maior resultado desde agosto do ano passado. É a clara consequência do processo acelerado de imunização no país e da reabertura econômica em diversas localidades, como consequência de tal processo”, comenta.
Aqui, investidores acompanharam as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, na segunda parte dos negócios em uma transmissão online da XP, no qual ele falou sobre o Orçamento de 2021. O ministro destacou que o acordo do Orçamento, ainda não sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, caminha para veto parcial a emendas do relator Márcio Bittar. Guedes acrescentou que a revisão da proposta deve levar “um certo tempo” para ser concluída.
Para o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, a negociação em torno do orçamento coloca Bolsonaro em “situação complicada”, já que se vetar o que o Congresso aprovou, devolve o tema para o Legislativo.
“E dependerá do Centrão [partidos do centro] para buscar uma saída. Caso não vete, a violação do teto de gastos fica na mão do centrão por possível crime de responsabilidade”, avalia, acrescentando que Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, devem decidir sobre a proposta orçamentária e o impasse em torno do tema deverá prosseguir ao longo da semana.
Amanhã, com a agenda de indicadores esvaziada e a volta da Europa, o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, aposta que a moeda deve seguir “colado” com o movimento no exterior e, caso não haja interferência do cenário político, o dólar tende a se acomodar para baixo, voltado para o nível de R$ 5,50. “Na semana passada, a moeda subiu muito e houve um exagero. Agora, tenta corrigir isso”, diz.
Flávya Pereira / Agência CMA
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