As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em alta. O mercado começa a semana apreensivo com a divulgação de dados de inflação da China e dos Estados Unidos, além de conflitos intensificados em regiões portuárias do Mar Negro, o que está elevando o preço do trigo e pode, até, ser indicativo de inflação. Os treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) estão em alta. Em cenário interno, expectativa para alta do Comitê de Política Monetária (Copom), que sai amanhã de manhã.
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“Dia esvaziado com investidores no aguardo da ata do Copom que será divulgada amanhã. Investidores também acompanham os dados do Boletim Focus, que manteve as projeções de inflação para este ano e diminuiu a expectativa para a taxa Selic de 12% para 11,75%”, comenta Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me Banco.
Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, explica que as treasuries estão em alta por conta do mercado tenso, à espera dos dados de inflação de China e Estados Unidos, que devem ser divulgados nesta semana e podem abalar os mercados. Também é motivo de alta das DIs a probabilidade de escassez de grãos, por conta da escalada do conflito entre Ucrânia e Rússia, que atingiu áreas portuárias.
“Há um movimento de treasurie em alta de inflação lá fora, por conta dessas questões de commodity”, explica.
Pela manhã, boletim da Ajax Asset Management já informava que a maioria das commodities recua, exceto o trigo por conta dos ataques no Mar Negro.
Para Perottoni, a alta das DI também tem um pouco de correção, dadas as últimas expressivas quedas, especialmente nos dias depois da decisão do Copom de corte 0,5 p.p. da Selic. O mercado ainda espera pela ata do Copom, amanhã.
Mais cedo foi divulgado também o boletim Focus. O economista André Perfeito se disse surpreso com as projeções de Selic (taxa básica de juros) pois, segundo ele, não incorporaram o recado do Banco Central (BC) no comunicado da semana passada.
“Para este ano tudo certo, os economistas revisaram de 12% para 11,75% tal qual eu projetava, mas para o ano que vem as projeções recuaram de 9,25% para 9% e para o ano de 2025 caíram ainda mais, saindo de 8,75% para 8,5%.”
Perfeito ainda lembrou que 2024 é ano de eleição, e que ele acredita que o BC deve fazer um tiro curto, ou seja, parar os cortes antes do segundo trimestre. “Dito isso, e sabendo que o Copom irá manter a taxa acima da neutra (que hoje muitos projetam em torno de 10%) mantenho a projeção de 10,75% a taxa Selic ao final deste ciclo”, conclui.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,485% de 12,470% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,540% de 10,480%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,000%, de 9,930%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,110% de 10,070% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,8968 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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