O Ibovespa opera em baixa, enquanto o dólar estadunidense e os juros e as taxas DI operam em alta no mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira (7). Em dia de volatilidade, a Bolsa opera em leve queda puxada pela queda do setor financeiro com cautela pelo balanço do Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3) e o foco fica para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada amanhã (8), e dados de inflação aqui e nos Estados Unidos durante a semana.
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As ações Itaú (ITUB4) caía 0,25%, Bradesco (BBDC 3 e BBDC4) perdia 0,85% e 0,32% e Santander tinha queda de 0,07%. Os papéis da Vale (VALE3) perdiam 0,10%.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiam 0,45% e 0,26%. O destaque de alta fica para os papéis de BB Seguridade (BBSE3) subiam 2,03% refletindo o balanço que saiu antes da abertura do mercado e com anúncio do programa de recompra de ações e pagamento de R$ 3,2 bilhões em dividendos. A empresa registrou lucro líquido de R$ 1,841 bilhão, alta de 30,9% na comparação com o mesmo período de 2022.
Às 12h46 (horário de Brasília), o principal índice da B3 caía 0,25%, aos 119.205,38 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto operava em queda de 0,27%, aos 119.545 pontos. O giro financeiro era de R$ 7,5 bilhões. Em Nova York, os índices operavam mistos.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o setor financeiro com cautela para o balanço do Itaú e a Vale estão puxando o índice para baixo, mas a expectativa está para a ata de amanhã, dados de inflação aqui e principalmente nos Estados Unidos. “Como a Selic caiu 0,50 pp não acreditamos que a inflação deva voltar com muita força, se voltar a crescer deve ser mais para médio e longo prazos; atenção a inflação nos EUA na quinta-feira [CPI, inflação ao consumidor], é muito importante saber se o Fed continua subindo 0,25pp ou vai atingir a estabilização para depois chegar a cair”.
O dólar ganhou força. O movimento é reflexo da piora do ambiente global, que aguarda novos indicadores, especialmente dos Estados Unidos, para precificar os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o exterior tem tom de cautela prevalecendo, em função das expectativas com os dados de inflação nos Estados Unidos que irão sair nesta semana”.
Rostagno entende que o mercado precifica uma Selic (taxa básica de juros) terminal mais reduzida que, aliada aos dados de inflação e IBC-Br que serão divulgados nesta semana, “tendem a pesar no humor do investidor. A perspectiva não é das mais favoráveis”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em alta. O mercado começa a semana apreensivo com a divulgação de dados de inflação da China e dos Estados Unidos, além dos conflitos intensificados em regiões portuárias do Mar Negro, o que está elevando o preço do trigo e pode, até, ser indicativo de inflação. Os treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) estão em alta. Em cenário interno, expectativa para alta do Comitê de Política Monetária (Copom), que sai amanhã de manhã.
Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, explica que as treasuries estão em alta por conta do mercado tenso, à espera dos dados de inflação de China e Estados Unidos, que devem ser divulgados nesta semana e podem abalar os mercados. Também é motivo de alta das DI a probabilidade de escassez de grãos, por conta da escalada do conflito entre Ucrânia e Rússia, que atingiu áreas portuárias.
“Há um movimento de treasurie em alta de inflação lá fora, por conta dessas questões de commodity”, explica.
Veja como estava o mercado por volta das 13h10 (de Brasília):
IBOVESPA: 119.218,72 (-0,24%)
DÓLAR À VISTA 4,8977(+0,46)
DI JAN 2024: 12,485% (+0,12%)
DI JAN 2027:10,130% (+0,59%)
Camila Brunelli / Agência CMA
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Imagem: Piqsels