A Bolsa fechou em queda com peso de Petrobras (PETR3 e PETR4) em meio à nova política de dividendos e Bradesco (BBDC3 e BBDC4) com o resultado que desagradou o mercado e contaminou o setor.
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Somado a isso, a piora do mercado externo com os investidores assimilando melhor os dados do payroll contribuiu para o pessimismo do ambiente interno. Na semana, o Ibovespa, acumulou perda de 0,56%.
As ações da Petrobras (PETR 3 PETR4) caíram 4,19% e 2,97%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) perdeu 4,77% e 6,64%. Itaú (ITUB4) cedeu 1,83%.
O principal índice da B3 caiu 0,89%, aos 119.507,68 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento perdeu 0,62%, aos 119.980 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.
Pedro Canto, analista CNPI da CM Capital, disse que a Bolsa chegou a subir após o payroll com melhora do humor externo, mas “ao longo da sessão, com o ambiente interno mais negativo por conta dos balanços de Petrobras e Bradesco, o resultado da estatal não foi tão ruim, a preocupação dos investidores foi a nova política de dividendos e os números de Bradesco não agradaram e acabaram contaminando o setor; o JP Morgan rebaixou a Petrobras de compra para manutenção e diminuiu o preço-alvo dos ADRs e no final da tarde teve virada forte dos índices em NY com o mercado colocando no preço o rebaixamento pela Fitch, pegou mal o aumento do leilão dos títulos públicos nos EUA e o payroll mostrou que o mercado de trabalho está em desaquecimento, mas os ganhos médio por hora trabalhada e a taxa de desemprego vieram fortes, tivemos uma pressão inflacionária devido ao aumento médio por hora trabalhada e o mercado precificou isso mais tarde e o balanço da Apple não ajuda”.
Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa cai puxada por “Petrobras e Bradesco com os resultados que não animaram o mercado; no caso do Bradesco revisando para baixo o guidance da receita advinda das operações de crédito ampliada dos próximos semestres; Petro não veio tão fora, mas não animou tanto o mercado e a mudança na política de dividendos distribuindo percentual menor trouxe mau-humor para o papel; Lojas Renner positiva; mercado lá fora estava reagindo de forma positiva, mas virou para queda com os números mistos do payroll e os investidores tentando digerir melhor o resultado e puxou o Ibovespa para queda”.
Um analista de uma grande corretora disse que a piora da Bolsa é atribuída à pressão das ações “da Petrobras, Bradesco e piora lá fora”.
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Vinicius Steniski, analista de ações do TC, a Bolsa teve um dia misto, mas com “o peso de Petrobras e Bradesco acaba puxando o Ibovespa para o negativo”. Mais cedo, João Piccioni, analista da Empiricus Research disse que a Bolsa passa a subir com o apoio do setor ciclo e o exterior. “Todos os vértices da curva de juros sobem e ajudam as ações da economia doméstica, o Small Cap avança, se as blue chips melhorarem-Petrobras e Bradesco- o Ibovespa engata alta; o payroll mostrou uma abertura vagas abaixo do esperado e traz um equilíbrio de forças em que o Fed pode ser mais ameno e não subir mais os juros”.
Piccioni disse que o resultado da Petrobras veio parecido com as companhias de “medium oil lá fora, o JP Morgan rebaixou a Petrobras, o que acabou impactando nas ações e o mercado ainda tem dúvidas sobre a política de preços da empresa; em relação ao Bradesco o mercado ficou frustrado com o resultado no segundo trimestre de 2023”.
Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que o Ibovespa futuro abriu em queda refletindo principalmente balanço do Bradesco. “O resultado veio um pouco abaixo do esperado, mas os números foram ruins; no pré-market dos Estados Unidos, o Bradesco caiu quase 4%; Petrobras veio bem e teve uma surpresa positiva, com mais dividendos que o mercado esperava; em relação ao payroll, o dado veio bom para tomar risco e o mercado se animou depois dos números; teve revisão dos números de junho e maio para baixo”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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