O dólar comercial fechou em alta de 1,94%, cotado R$ 4,8987. A moeda refletiu, ao longo da sessão, as indefinições que envolvem a economia dos Estados Unidos e o corte na Selic (taxa básica de juros).
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De acordo com o economista-chefe da G5, Luis Otávio Leal, existe pressão concentrada nas moedas emergentes, já que o DXY (cesta de moedas desenvolvidas) está quase no zero: “Está pesando que as economias emergentes começaram a cortar os juros”, diz.
Questionado sobre a parcela da claudicante recuperação da economia chinesa no movimento do câmbio nesta quinta, Leal é taxativo: “Tenho a sensação de que, cada vez mais, a China será um problema e não uma solução”, dispara.
Segundo o economista da Guide Research Victor Beyruti, a abertura da curva de juros nos Estados Unidos gerou um clima de aversão global ao risco.
Beyruti entende que o corte na Selic tem menos influência no movimento de hoje, que é impactado majoritariamente por fatores externos.
No começo da noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou o corte de 0,50 ponto percentual (pp) na Selic, que foi a 13,25%.
Para o analista da VG Research, Luan Alves, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu parte do mercado, e que até o final do ano devemos ter uma agenda negativa para a moeda brasileira, já que o Banco Central (BC) deve seguir com o corte de juros, enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tende a fazer o movimento contrário: “Isso traz uma pressão vendedora para o real”, avalia.
Alves, contudo, sublinha que a moeda brasileira está em linha com seus pares emergentes ligados às commodities, e que recuperação claudicante da economia chinesa e o temor de recessão nos Estados Unidos reforçam este cenário.
Paulo Holland / Agência CMA
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Imagem: Piqsels