Os Fundos Imobiliários (FIIs) vão sair ilesos da Reforma Tributária — ao menos por enquanto. É o que indicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista nesta quinta-feira (3).
Haddad disse que a “Reforma Tributária não será usada para o equilíbrio fiscal, por isso, questão dos dividendos não será agora”, em entrevista à GloboNews.
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A frase de Haddad aponta para uma possível vantagem dos Fundos Imobiliários (FIIs) em relação ao mercado.
No texto-base da Reforma, a proposta era uma tributação de 15% nos dividendos de FIIs, que são isentos desde 1995. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas essa tributação foi retirada.
Mesmo assim, o mercado seguiu aflito com a possibilidade do governo pressionar o assunto no Senado.
Agora, com o posicionamento de Haddad, pode-se pensar não só numa luz no fim do túnel para os FIIs, mas uma verdadeira vantagem tributária dele contra outros tipos de investimentos.
A maioria dos investimentos, como ações e fundos multimercado, têm a tributação calculada conforme os ganhos daquele ativo.
Por exemplo, se você compra uma ação que custa R$ 1, você está apostando que algum dia ela valerá mais do que isso. Se essa ação chegar a R$ 2, você terá 100% de lucro, mas o imposto será de 10% a 20% sobre o seu lucro.
No mundo imobiliário, a lógica não segue a mesma perspectiva. Quando você compra um cota de um FII, apenas uma pequena parte do racional será a valorização do ativo. A lógica de ganho é muito mais pautada nos dividendos que ele poderá te oferecer, a final, um bom fundo imobiliário é um fundo que paga bons dividendos.
Na mesma entrevista, o ministro Haddad confirmou a inclusão da tributação dos Fundos Exclusivos e Offshores na reforma.
Se Haddad mantiver sua palavra, os fundos podem e devem se beneficiar a longo prazo, já que continuarão isentos.
O mercado de Fundos Imobiliários vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Em julho, seu patrimônio atingiu a máxima histórica e ganhou mais 40 mil investidores – maior alta desde janeiro de 2023.
O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX), que mede o desemprenho dos principais FIIs do mercado (algo como o Ibovespa do setor) vem apresentando uma alta constante desde abril deste ano (quase +16%).
Imagem: piqsels.com
