O Ibovespa opera e o dólar estadunidense operam em alta, quanto os juros e as taxas DI operam em forte queda mercado financeiro brasileiro nesta quinta-feira (3).
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Após o otimismo da abertura com o corte da taxa básica de juros (Selic), a Bolsa reduziu a alta, chegou até a apresentar uma leve queda, mas voltou para o positivo, em meio ao pessimismo no exterior, pressão do câmbio pelo carry trade e empresas que soltaram resultados, mas as ações mais sensíveis à curva de juros seguem em alta, refletindo a redução dos juros ontem em 0,50 ponto porcentual de 13,75% para 13,25% ao ano (aa).
As ações das construtoras subiam: MRV(MRVE3) aumentava 1,15% e Cyrela (CYRE3) avançava 4,19%. Magazine Luiza (MGLU3) tinha ganho de 0,90%. Os papéis da Petrobras (PETR 3 PETR4) aumentava 1,59% e 1,27% antes do balanço. Vale (VALE3) chegou a cair com a queda do minério de ferro e passou a subir 0,96%.
A CSN (CSNA3) caía 1,57% com o mercado reagindo ao resultado reportado na véspera, pressionada pela alavancagem.
Às 12h40 (horário de Brasília) o principal índice da B3 subia 0,58%, aos 121.535,03 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançava 0,71%, aos 122.030 pontos. O giro financeiro era de R$ 11,9 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam mistas.
Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, a Bolsa sobe, mas é limitada pelo exterior, câmbio e volatilidade das ações que reportaram resultados.
“A Bolsa chegou a ter uma abertura positiva reagindo ao Copom depois ficou volátil e voltou a subir. Ela está sendo ofuscada pela questão do exterior com o rebaixamento da nota de crédito dos EUA e espera pelo payroll e o câmbio aqui pode estar limitando a alta [do Ibovespa] por causa do carry trade, as ações estão reagindo aos resultados corporativos, muitas estão se ajustando; o setor que melhor reage ao corte dos juros é o ciclo, principalmente as construtoras que já vinham com a expectativa nessa redução”.
Mais cedo, Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse que o Ibovespa está “sentindo o impacto das notícias lá de fora, o minério caiu forte e era esperado a queda da Vale; aqui havia expectativa de queda de juros, não era consenso corte de 0,50 ponto porcentual (pp), mas de 0,25 pp. A medida que o mercado vai absorvendo a notícia do corte mais agressivo de 0,50 pp e colocando as informações do mercado externo, vai devolvendo. O destaque fica para as ações sensíveis à curva de juros, que está caindo e favorece às varejistas”.
Mais cedo, o sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse o corte da Selic favorece a Bolsa no curto prazo, mas o otimismo vai depender do cenário externo.
“A queda da Selic de 0,50 ponto porcentual (pp) deve ajudar a Bolsa no curto prazo, especialmente, porque o comunicado deixou claro que as próximas quedas devem vir na mesma magnitude de 0,50 pp, salvo se tiver alguma alteração na inflação ou atividade econômica, mas pode ser abafada pelo mercado externo-ainda reflexo do downgrade dos EUA, os pedidos de seguro de emprego nos Estados Unidos vieram abaixo do esperado e está em compasso de espera para o payroll”.
Farto também disse o mercado vai ficar atentos aos balanços relevantes de hoje.
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O dólar opera em forte alta. Mais do que o corte de 0,50 ponto percentual (pp) na Selic (taxa básica de juros) o driver de hoje é a aversão global ao risco, impulsionada pelo temor que assola a economia estadunidense.
Segundo o economista da Guide Research Victor Beyruti, a abertura da curva de juros nos Estados Unidos gerou um clima de aversão global ao risco.
Beyruti entende que o corte na Selic tem menos influência no movimento de hoje, que é impactado majoritariamente por fatores externos.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem despencando mais de 1%, desde as taxas mais curtas, chegando a taxas intermediárias caindo até 2%, digerindo ainda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de cortar 0,50 p.p da Selic (taxa básica de juros).
Hoje cedo, boletim da Ativa Research já informava que mercado repercutiria a queda de 0,5 bps da Selic, a primeira em três anos.
Para o sócio da Quantzed, especialista em juros e renda fixa, Ricardo Jorge, já era esperado o ajuste hoje, “com mercado reprecificando quedas adicionais até o final de 2023 – e obviamente a continuidade das quedas para 2024.”
“Nos DIs mais curtos, agora, ajuste representa uma queda bastante expressiva. Já era esperado, dado que esse ajuste é necessário de tal forma que o mercado contemple esse novo cenário de atuação do Copom até o final do ano”, explica. Nos vértices mais longos não houve tanto impacto, o ajuste ocorre nos vértices mais curtos, até 2026.
Veja como estava o mercado por volta das 13h30 (de Brasília):
IBOVESPA: 121.080,70 (+0,18%)
DÓLAR À VISTA: 4,8790 (+1,53)
DI JAN 2024; 12,455% (+0,27%)
DI JAN 2027:10,010% (-0,64%)
Camila Brunelli / Agência CMA
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Imagem: Piqsels