No primeiro pregão de agosto, a Bolsa fechou em queda, conseguiu se sustentar nos 121 mil pontos, com recuo de Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3) em meio aos dados piores da China e da zona do euro, expectativa para o Copom e payroll na sexta-feira (4).
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O índice de gerentes de compras de manufatura (PMI, sigla em inglês) da China em julho caiu para 49,2 pontos, enquanto a projeção era de 50,3 pontos. Na zona do euro, o PMI de julho caiu para 42,7 pontos, de 43,4 pontos em junho.
As ações Petrobras (PETR3 e PETR4) perderam 2,09% e 1,63%. A Vale (VALE3) caiu 1,38%. Os papéis da Sabesp (SBSP3) lideraram a queda no Ibovespa com 4,13% em meio ao anúncio do formato da privatização da companhia em que a participação do governo será diluída e na expectativa de mais detalhes sobre o cronograma.
O principal índice da B3 caiu 0,56%, aos 121.248,39 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto perdeu 0,62%, aos 121.855 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.
João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, disse que o dia foi mais pesado na Bolsa com “os PMIs na China e na zona do euro mais fracos e puxaram as commodities, além de declarações de que não seria elevado o preço da gasolina e do diesel agora, mantendo a defasagem e acabou puxando os papéis para baixo, tem expectativa para o payroll sexta-feira e amanhã Copom com o mercado dividido e devemos aguardar se o Campos Neto vai abandonar a postura mais cautelosa que ele vinha adotando”.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa realizou parte dos lucros recentes e do acumulado em julho. “O índice seguiu a trajetória externa, que foi pautada pela maior cautela devido aos dados fracos da indústria na China, zona do euro e EUA, o que amplia as incertezas sobre a dinâmica da atividade global e aguardando divulgação do payroll na sexta-feira”.
Fabio Louzada, analista CNPI e fundador da Eu me banco, disse que a Bolsa recua com as empresas de peso no índice “Petrobras acompanha a queda do petróleo lá fora e dados da China colaboram para o pessimismo no setor de commodities e petróleo”.
Arlindo Souza, analista de ações da casa de análises do TC, disse que o Ibovespa cai com Vale e Petrobras. “A queda da Petrobras se dá em meio às discussões sobre a defasagem dos combustíveis e necessidade de aumento e a mineradora recua com o minério de ferro e expectativa de um pacote de estímulos para infraestrutura na China”.
Bernard Faust, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, disse que o rebalaceamento de carteira, dados mais fracos da China, balanços aqui e nos Estados Unidos do 2T23 e Copom refletem no movimento negativo da Bolsa na sessão desta terça-feira.
“Após quatro meses seguidos de alta, não vistos desde 2020, gera um rebalanceamento de carteiras e fundos e os papéis passam por volatilidade devido à virada para agosto; o PMI da China e vendas de casas desapontaram e os dados piores devem fazer com que o governo volte a estimular mais o setor imobiliário e de infraestrutura e outros setores que não foram incentivados de forma tão expressiva; além disso, temporada de balanços aqui e lá fora e os resultados do 2T23 nos Estados Unidos abaixo do esperado impactam no mundo e o último fator é a expectativa para o Copom em que nos últimos dias a probabilidade para um corte de 0,50pp aumentou de forma expressiva e pode ser que entre hoje e amanhã tenha volatilidade com os investidores que anteciparam esse movimento e acabem se reposicionando”.
Em relação ao Copom, Faust enxerga um cenário binário de corte entre 0,25 ponto porcentual e 0,50 ponto, mas com os nomes indicados pelo atual governo [Gabriel Galípolo e Ailton Aquino] têm posicionamento de corte de 0,50 pp, pode ser que a gente tenha um resultado um pouco diferente do esperado.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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