O Ibovespa cai enquanto o dólar estadunidense e as taxas DI operam em alta no mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira (1). A Bolsa operava em queda no primeiro pregão de agosto com rebalanceamento de carteiras, dados piores da China impactando as ações ligadas às commodities como Vale (VALE3) expectativa para a decisão de juros aqui amanhã (2) e temporada de balanços aqui e lá fora no radar.
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O índice de gerentes de compras de manufatura (PMI, sigla em inglês) da China em julho caiu para 49,2 pontos, enquanto a projeção era de 50,3 pontos.
As ações da Vale (VALE3) tinham queda 1,31% e da Petrobras (PETR3 e PETR4) perdiam 2,90% e 2,28%. Os bancos caíam em bloco.
Às 12h47 (horário de Brasília) o principal índice da B3 caía 0,94%, aos 120.790,62 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto perdia 0,97%, aos 121.415 pontos. O giro financeiro era de R$ 9,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam em queda.
Bernard Faust, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, disse que o rebalanceamento de carteira, dados mais fracos da China, balanços aqui e nos Estados Unidos do 2T23 e Copom refletem no movimento negativo da Bolsa na sessão desta terça-feira.
“Após quatro meses seguidos de alta, não vistos desde 2020, gera um rebalanceamento de carteiras e fundos e os papéis passam por volatilidade devido à virada para agosto; o PMI da China e vendas de casas desapontaram e os dados piores devem fazer com que o governo volte a estimular mais o setor imobiliário e de infraestrutura e outros setores que não foram incentivados de forma tão expressiva; além disso, temporada de balanços aqui e lá fora e os resultados do 2T23 nos Estados Unidos abaixo do esperado impactam no mundo e o último fator é a expectativa para o Copom em que nos últimos dias a probabilidade para um corte de 0,50 pp aumentou de forma expressiva e pode ser que entre hoje e amanhã tenha volatilidade com os investidores que anteciparam esse movimento e acabem se reposicionando”.
O dólar segue em sólida alta. Isso reflete as incertezas com as principais economias globais.
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Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “existe apreensão com os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. O mercado considera a possibilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) nos juros, em setembro”.
Abdelmalakc ressalta que o ambiente é majoritariamente de cautela com preocupações que envolvem as economias da zona do euro, China e Japão.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem em alta, refletindo incertezas globais, depois da divulgação de dados de atividade industrial da China e da Europa mais fracos. Os dados de produção industrial brasileiros vieram acima, o que tensiona o mercado.
Na leitura do analista da Ajax Asset, Rafael Passos, os juros acompanham as treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) que também explodiram depois das divulgações de dados fracos da China e da Europa. “Acho que esse movimento dos DIs em alta, essa abertura de taxa que a gente tem visto, é muito em linha com a performance que a gente tem observando lá fora”, analisa Passos.
“Querendo ou não, teve [divulgação de] dados que assustaram hoje: trouxeram números mais fracos de PMI, assim como na China e na Europa. Isso causou um enfraquecimento das moedas frente ao dólar, que ganhou muita força e ocasionou essa alta das treasuries”, explica. “É reflexo desse movimento de maior aversão de risco lá fora.”
Veja como estava o mercado por volta das 13h00 (de Brasília):
IBOVESPA: 120.652,14 (-1,05%)
DÓLAR À VISTA: 4,7838 (+1,14)
DI JAN 2024: 12,620% (+0,27%)
DI JAN 2027: 10,180% (+1,49%)
Camila Brunelli / Agência CMA
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Imagem: Piqsels