Ao mesmo tempo em que tenta emplacar o uso de inteligência artificial para criar soluções ambientalmente responsáveis para as empresas, as companhias de tecnologia têm um esqueleto no armário: o uso de água para resfriar seus servidores (data centers) tem aumentado significativamente.
De 2021 para 2022, o Google aumentou em 21.9% o uso de água, representando 1,7 milhões de litros em 2021 e 2,1 milhões consumidos no último ano.
Calcula-se que o ChatGPT precise de uma garrafa de água de 500 ml para ter uma conversa simples, de 20 a 50 perguntas e respostas. A estimativa foi feita por um estudo da Universidade Cornell.
Estima-se que a OpenAI, dona do ChatGPT, através de uma máquina montada pela Microsoft, tenha gasto 700 mil litros de água entre 1 a 4 semanas de treinamento do GPT-3, equivalente à quantidade necessária para resfriar um reator nuclear.
Com isso, as exigências para as empresas terem a melhor governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) tornam-se ainda mais desafiadoras para as gigantes de tecnologia.
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Enquanto isso, a Google teria gasto 2,1 milhões de litros de água somente em 2022, segundo documento divulgado pela empresa. Apesar disso, no relatório ambiental de 2023, a empresa afirma estar comprometida a desenvolver IAs de uma maneira mais sustentável. “Estamos aproveitando a IA para otimizar nossas próprias operações e trabalhando para reduzir o uso de energia e as emissões da computação de IA em nossos data centers”, menciona o documento.
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Mesmo assim, a big tech enfrenta dificuldades para encontrar soluções sustentáveis para o resfriamento dos data centers da Google. “O caminho para atingir esses objetivos é difícil, mas estamos comprometidos em superar os desafios que enfrentamos, com o objetivo final de conduzir mudanças sistêmicas para criar um futuro mais sustentável. Além disso, é difícil prever o crescimento futuro do uso de energia e das emissões geradas pelo cômputo de IA em nossos centros de dados. Apesar disso, continuamos focados no desenvolvimento de novas maneiras de tornar a computação de IA mais eficiente, aproveitando as oportunidades que a IA apresenta para ter um impacto ambiental positivo”, aponta a companhia.
Imagem: Freepik