A nova política de dividendos da Petrobras conseguiu uma proeza: colocou bancos e sindicalistas no mesmo lado.
A mudança, anunciada na noite de sexta-feira (28) pela estatal, foi comemorada por analistas do mercado financeiro e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Até então, os interesses eram claramente conflituosos: o mundo financeiro quer a manutenção da remuneração dos acionistas e os sindicalistas consideram uma “sangria” os dividendos distribuídos pela Petrobras em 2022.
No final das contas, as forças opostas seguiram a Lei de Newton e se anularam na nova política.
Profissionais de diferentes bancos e corretoras teceram elogios à Petrobras.
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Para eles, as regras não trazem grandes mudanças e mantêm os dividendos trimestrais. O mínimo de US$ 4 bilhões com o barril acima de US$ 40 foi encarado como um ponto positivo.
A FUP concorda, mas não pelo mesmo motivo. Para os sindicalistas, “aos poucos vêm sendo desmontadas as armadilhas que aprisionaram e desnutriram a Petrobrás em favor da transferência de riqueza para acionistas minoritários e em detrimento dos investimentos da empresa”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
O sindicato agora espera mudanças no plano estratégico da companhia que privilegiem os investimentos.
Com os dois mundos em harmônia – pelo menos por enquanto – , as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) dispararam e fecharam o dia em alta de 5,26% e 4,54%, respectivamente.