Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam o pregão desta sexta-feira em campo misto, com os investidores digerindo uma semana agitada de dados econômicos, balanços corporativos e decisões dos bancos centrais.
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O Banco do Japão (BoJ) anunciou hoje que manteve sua taxa de juros negativa inalterada. Contudo, a instituição anunciou que permitirá “maior flexibilidade” na faixa-alvo para os rendimentos dos títulos do governo japonês de 10 anos. Essa medida é acompanhada de perto pelos mercados globais devido ao status do Japão como a maior nação credora do mundo.
Na quinta-feira (27), foi a vez do Banco Central Europeu (BCE) anunciar um aumento esperado de 0,25 ponto percentual (pp) nas taxas de juros. No entanto, o BCE deu poucas pistas sobre até onde ainda planeja elevar as taxas, enfatizando que a inflação “ainda deve permanecer alta demais por muito tempo”.
No dia anterior, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) aumentou os juros em 0,25 ponto percentual, conforme amplamente esperado pelo mercado. O presidente da instituição, Jerome Powell, comunicou que as futuras decisões sobre as taxas de juros serão tomadas em cada reunião, com base nos dados econômicos disponíveis.
Em relação aos dados econômicos, as leituras do produto interno bruto (PIB) de algumas das maiores economias da zona do euro pintaram um quadro misto. A economia da França apresentou crescimento de 0,5% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas, enquanto a Alemanha estagnou. Na Espanha, houve um crescimento de 0,4%, representando uma ligeira desaceleração em comparação com o trimestre anterior.
“Com as pressões de preços na Alemanha também desacelerando mais do que o esperado em julho, há uma sensação de que o aumento de juros desta semana pelo BCE pode ter sido o último, com vários formuladores de políticas do BCE expressando cautela crescente sobre as perspectivas de crescimento”, observa o analista-chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson.
Nos Estados Unidos, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), o preferido do Fed para avaliar a inflação, registrou alta mensal de 0,2% em junho. Em uma análise de 12 meses, o índice desacelerou de 3,8% em maio para 3% no mês passado. O resultado reforçou apostas de que a última alta de juros anunciada na quarta-feira (26) pode ter marcado o fim do ciclo iniciado há mais de um ano.
“Os números de hoje serviram para reforçar a natureza ‘justa na medida certa’ dos dados recentes dos EUA, com a inflação continuando a desacelerar e a renda e os gastos se mantendo sólidos”, diz Hewson.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:
FTSE-100 (Londres): +0,02%, 7.694,27 pontos
DAX-30 (Frankfurt): +0,44%, 16.477,58 pontos
CAC-40 (Paris): +0,15%, 7.476,47 pontos
FTSE MIB (Milão): -0,33%, 29.500,2 pontos
IBEX-35 (Madri): -0,12%, 9.690,10 pontos
SMI-20 (Zurique): -0,49%, 11.317,74 pontos
PSI-20 (Lisboa): -0,43%, 6.161,99 pontos
Confira abaixo a variação dos índices na semana:
FTSE-100 (Londres): +0,40%
DAX-30 (Frankfurt): +1,86%
CAC-40 (Paris): +0,59%
FTSE MIB (Milão): +2,24%
IBEX-35 (Madri): +1,31%
SMI-20 (Zurique): +0,98%
PSI-20 (Lisboa): -0,29%
Larissa Bernardes / Agência CMA
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