As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, após decisão do Federal Reserve (banco central norte-americano) pela elevação dos juros em 0,25 ponto porcentual para 5,50% – maior inflação nos Estados Unidos em 22 anos. O presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, descartou cortes ainda esse ano, mas disse que é provável para o ano que vem e reforçou o compromisso com a meta de 2% de inflação.
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Na leitura do diretor de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni, o discurso de Powell mostra um Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) comprometido com a meta de inflação, mas mostra que ainda existe um longo trajeto até os 2%. “Assim, o aperto monetário já apresenta efeitos em alguns setores, mas novas altas poderão ser adotadas, sempre baseadas em dados, sendo uma decisão de reunião em reunião.”
A desaceleração da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA, de 4% em maio para 3% em junho, intensificou as apostas nas últimas semanas de que essa seria a última elevação dos juros. “Entretanto, diretores recorrentemente são cautelosos e evitam excesso de otimismo com a desaceleração da inflação devido à resiliência da atividade econômica. O Federal Reserve manteve a porta aberta avaliar a necessidade de nova elevação de juros. No início de 2023 era previsto PIB próximo de zero e atualmente as projeções caminham para cima de 1%. O FMI projeta 1,7%”, observou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
O obstáculo para a inflação desacelerar ainda mais é o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que continua robusto, as folhas de pagamento surpreenderam positivamente por mais de um ano e o fizeram novamente em maio. O bom desempenho do mercado de trabalho seguirá apoiando a renda disponível e o consumo, o principal motor econômico dos Estados Unidos, considera a especialista. “Portanto, a inflação não pode ser reduzida para a meta sem desaceleração significativa do mercado de trabalho.”
Em seu discurso, Powell reforçou que a estabilidade de preços é responsabilidade do Fed. “DIs caíram e o mercado se animou. Sinceramente, não vi nenhuma mensagem muito positiva para esse movimento do mercado. Powell deixou em aberto ainda a reunião de setembro, dizendo que precisa acompanhar os números de perto sem trazer novidades sobre próximas decisões”, disse Marcelo Oliveira, co-fundador da Quantzed. “Foi uma decisão acertada e que veio de acordo com o que se esperava.”
Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,605% de 12,635% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,570% de 10,635%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,030%, de 10,080%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,125% de 10,150% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$ 4,7270 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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