As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, precificando um corte de 0,50 p.p. da Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) depois da divulgação do IPCA-15 melhor que o esperado, mostrando arrefecimento da inflação.
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Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, afirma em seu perfil do Twitter que o corte de 0,50 p.p. se tornou viável com os dados de hoje: “IPCA-15 ficou negativo em -0,07%, abaixo do esperado de -0,03%. Diferente do indicador de junho, a abertura foi melhor, principalmente pelo recuo da inflação de serviços. O núcleo também veio baixo (0,1%) e difusão abaixo de 50%.”
“Bolsa animada, principalmente com sinais de arrefecimento da inflação: IPCA-15 hoje veio negativo e dá sinais mais fortes de que os juros devem cair aqui, e o Brasil, ser um dos primeiros países do mundo, baixaram os juros já que a inflação começa a arrefecer, é o sinal que o BC esperava. Com isso, curva de juros futuros fecham em queda, bolsa sobe”, analisa o economista-chefe da Valor Investimentos, Piter Carvalho.
O especialista afirma, ainda, após a decisão sobre os juros dos Estados Unidos, que sai amanhã no fim da tarde, as taxas devem subir mais. “Aqui no Brasil, já em agosto, pode ter uma queda dos juros e iniciar uma escalada de queda. A perspectiva do Focus é fechar o ano em 12%”, conclui.
Na leitura de André Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, o IPCA-15 veio melhor do que o esperado e a reação do mercado foi imediata, com os juros futuros fechando ainda mais e as apostas nas opções do Copom se destacando o corte de -0,50% na taxa Selic na próxima reunião, que saiu de 47% de probabilidade para 63%.
O mercado segue com a atenção voltada para o setor de serviços – e os dados continuaram a acelerar, mas com aceleração abaixo do mês passado. “Já se encontram abaixo da média histórica. Dados dos serviços subjacentes, que excluem os itens mais voláteis, já começam a inflexionar para baixo ao olharmos a média móvel dos últimos 3 meses, com uma variação anual de 5,7%”, comenta.
O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, comenta que já está revisando o corte da Selic esperado para a próxima semana de 0,25 para 0,50.
A deflação de 0,07% do IPCA-15, sendo de 3,19% em 12 meses contra 3,40% na medição anterior, mantém a trajetória descendente da inflação. O Copom da próxima semana (01 e 02 de agosto) tem condição favorável ao início do ciclo de queda da taxa básica de juros Selic, conclui.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,635% de 12,700% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,640% de 10,700%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,080%, de 10,120%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,140% de 10,170% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,7500 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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