O Banco Central deve reduzir a Selic para 4,25% na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que termina hoje, de acordo com as projeções do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Na avaliação dos economistas, os juros devem se manter no mesmo patamar até o fim deste ano – uma parte deles, entretanto, acredita que aumentou a possibilidade de que haja novas quedas, diante do cenário de incertezas da economia local e internacional.
“As projeções para inflação estão baixas e podem até cair mais nas próximas semanas. Como o Banco Central olha para esse indicador ao guiar a taxa de juros, aguardamos esse novo corte hoje”, afirma Fernando Honorato, presidente do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
A projeção dos economistas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 3,6%, apontada na reunião anterior (em dezembro), para 3,5%, abaixo da meta de 4% do Banco Central. As expectativas quanto à atividade econômica são de aceleração neste ano: para o grupo, o PIB (Produto Interno Bruto) deve chegar em 2,4%.
Setor externo e câmbio
Os efeitos do Coronavírus na economia internacional ainda não foram mensurados, mas o grupo da ANBIMA acredita que os principais impactos devem ser concentrados no primeiro trimestre, especialmente em relação ao crescimento da China. Para os economistas, as exportações brasileiras, principalmente de grãos (como soja e trigo) e de minério de ferro podem ser afetadas.
Quanto ao dólar, a projeção para o encerramento deste ano se manteve em R$ 4,10, já apontada na reunião anterior do grupo. O resultado, caso concretizado, equivalerá a desvalorização de 1,7% da moeda brasileira frente à norte-americana.
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Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (nova denominação para o Comitê de Acompanhamento Macroeconômico) é composto por 22 economistas de instituições associadas. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
Com informações da Anbima.