Às 8h05 desta terça-feira (10/12), o Ministério Público Federal divulgou, em seu site, que protocolou uma nova ação contra a JBS (JBSS3) e sua holding, o grupo J&F.
Às 8h50, anunciou uma operação, com buscas e apreensões, contra as gigantes da telefonia Vivo (VIVT3) e Oi (OIBR3).
Os papéis das 3 empresas operam em baixa. Às 13h40, enquanto o Ibovespa marcava leve queda de 0,13%, ações da JBS tinham caído 2,22%, as Oi, 2,15% e as da Vivo, 1,26%.
Vale notar que 2,2% das ações que compõem a carteira do Ibovespa são JBSS3, enquanto 1,2% são papéis da Vivo (VIVT4).
Acusação e defesa
JBS e J&F são acusadas de fraudes no sistema BNDES/BNDESpar para favorecer o grupo e facilitar o processo de internacionalização da empresa.
Em comunicado ao Monitor do Mercado, as companhias afirmam que “todos os negócios feitos com o BNDESPAR foram realizados com total transparência, seriedade e lisura”. (Leia, abaixo, a íntegra do comunicado)
Já Oi e Vivo foram alvos de pedidos de busca e apreensão em meio à operação “lava jato”, em investigação de negócios envolvendo o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Telefônica, que controla a Vivo, afirma que está fornecendo “todas as informações solicitadas e continuará contribuindo com as autoridades”. A Oi, por sua vez, informou que também tem colaborado com as autoridades competentes em meio à investigação. (Leia, abaixo, os comunicados)
Clique aqui para ler a nota do MPF sobre a operação envolvendo a JBS.
Clique aqui para ler a nota do MPF sobre a operação envolvendo Vivo e Oi.
Leia a nota da JBS:
A JBS esclarece não ter sido notificada oficialmente dessa ação. A empresa reitera que todos os atos societários advindos dos investimentos do BNDESPAR foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (www.cvm.gov.br) e no site de relações com investidores da JBS (www.jbs.com.br/ri). Vale ressaltar que todos os investimentos do BNDESPAR na JBS ocorreram a valores de mercado e em consonância com a legislação vigente.
A JBS tem absoluta convicção em afirmar que todos os negócios feitos com o BNDESPAR foram realizados com total transparência, seriedade e lisura. Cumpre informar que os investimentos do BNDES na Companhia foram de R$ 5,6 bilhões e tiveram um retorno expressivo para o banco, sendo que R$ 5,1 bilhões foram recebidos por meio da vendas de ações e recebimento de dividendos e sua participação atualmente equivale a R$ 15,4 bilhões, totalizando um retorno de R$ 20,5 bilhões em valores atualizados.
Leia a nota da J&F:
A J&F, JBS e colaboradores confiam no MPF e na Justiça brasileira, a despeito da condução do procurador Ivan Marx à frente da Operação Bullish. O colaborador não pode inventar versões para satisfazer uma tese acusatória. Colaborador colabora. Investigador é quem investiga. Apesar de todas as pressões, a J&F tem se mantido fiel aos fatos.
O BNDESPar teve retorno de R$ 20,5 bilhões, em valores atualizados, sobre o capital investido na JBS. A participação do banco na empresa vale hoje R$ 15,1 bilhões. Trata-se do melhor investimento do banco no setor.
É inacreditável, inaceitável e desleal que se usem as informações trazidas pelos colaboradores contra eles mesmos, que contribuíram para que o MPF chegasse até elas. Como reconheceu recente decisão da Justiça que rejeitou a mesma denúncia, mas em âmbito criminal, os relatos feitos pelos colaboradores da J&F à Operação Bullish serviram para descortinar inúmeros fatos, até então desconhecidos pelas autoridades.
Os executivos da J&F e JBS firmaram amplo acordo de colaboração com o MPF, homologado pelo STF, bem como todas as suas controladas firmaram acordo de leniência. Juntos, pagarão 11 bilhões de reais a título de indenização, a maior de que se tem registro no mundo.
Durante as negociações do acordo de leniência, o procurador Ivan Marx participou ativamente, esteve em todas as reuniões, exceto na data da assinatura. Sua divergência, ainda não solucionada com seus pares, consistia em discutir a destinação dos recursos da leniência. A empresa confia no MPF e na Justiça para dar segurança jurídica ao que foi firmado nos acordos em 2017. E vai se manifestar assim que for intimada.
Leia a nota da Telefônica (Vivo):
A Telefônica informa que a Polícia Federal está hoje em sua sede, em São Paulo, buscando informações a respeito de contratos específicos de prestação de serviços realizados. A empresa está fornecendo todas as informações solicitadas e continuará contribuindo com as autoridades. A Telefônica reitera seu compromisso com elevados padrões éticos de conduta em toda sua gestão e procedimentos
Leia a nota da Oi:
A Oi informa que atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades, assegurando total e plena colaboração com as autoridades competentes.