As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem em alta, refletindo ambiente exterior de cautela, com expectativa do mercado uma postura mais hawkish do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve 0,25 p.p. na próxima reunião.
Na leitura do analista da Potenza Capital, Bruno Komura, os próximos dias devem ser de pouca volatilidade, já que os investidores estão em compasso de espera para o Fed na semana que vem.
“Os dados de pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos também demonstram que a economia está bem forte e que o Fed deve continuar sendo bem firme em relação à segunda alta”, observa. Embora o aumento de 0,25 p.p. da próxima semana já esteja precificado, membros do Fed já haviam declarado que haveria duas altas até o fim do ano, mas a pauta perdera força depois dos dados fracos do varejo norte-americano.
Mais cedo, foram divulgados dados sobre novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unido, que caiu em 9 mil solicitações na semana encerrada em 15 de julho, totalizando 228 mil, após ter
alcançado 237 mil na semana anterior, segundo estatísticas do Departamento do Trabalho. Os analistas previam 240 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário.
Ontem, ainda, o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) divulgou ontem (19) a decisão de política monetária, que manteve a sua taxa de juros em 3,55%. Na última reunião, o banco havia reduzido o índice em 0,10 pp. A taxa de juros de longo prazo, de 5 anos, ficou mantida em 4,2%.
Nos Estados Unidos, o índice de atividade industrial regional medido pelo Federal Reserve Bank da Filadélfia caiu de -13,7 pontos em junho para -13,5 pontos em julho. Números positivos indicam expansão da atividade, enquanto valores negativos apontam contração. O mercado previa -10,0 pontos.
“Eu acho que o mercado não vai olhar muito isso, porque a desaceleração da manufatura já era esperada”, observa Komura. “O que a gente precisa ver agora é o setor de serviços desacelerando – por meio do PCE e o núcleo da inflação (CPI). O payroll também é um bom indicador porque se o mercado de trabalho desacelera, acaba batendo em serviços posteriormente”, explica o analista.
Por volta das 10h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,760% de 12,770% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,770 % de 10,800%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,815%, de 10,195%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,235% de 10,220% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$ 4,7770 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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