As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta na tarde desta sexta-feira, depois de abrirem em queda. O impulso para cima foi dado com a divulgação dos dados de confiança do consumidor dos Estados Unidos mais robustos do que era estimado.
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Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, aposta que a alta das taxas tem origem em Brasília. “Muito em linha com o boato de desaceleração da linha branca [eletrodomésticos que a maioria das casas possui, como geladeira, fogão, máquina de lavar, micro-ondas e ar-condicionado, utilizados para atender as necessidades básicas do lar], o governo tá passando um teto de gastos porque precisa aumentar a arrecadação e tá começando a desonerar um monte de serviço, então tá deixando de arrecadar. Isso causa estresse porque vai aumentar endividamento, aumenta a inflação e consequentemente a taxa de juros vai ter que ser mantida mais elevada”, observa.
Na leitura de Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, esses dados mistos estão trazendo volatilidade ao mercado. “Mais cedo a gente teve venda do varejo e PPI abaixo do esperado – números positivos para a curva de juros – o que fez com que o DI começasse o dia caindo. Mas, logo depois, a gente teve dados da Universidade de Michigan muito mais fortes do que o esperado e acabou se sobrepondo aos dados mais fracos que havia saído anteriormente”, analisa.
O índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos, medido pela Universidade de Michigan e pela Thomson Reuters, subiu para 72,6 pontos em julho, depois dos 64,4 pontos em junho, de acordo com dados revisados. Os analistas previam alta para 60,2 pontos.
A expectativa de inflação de um ano da pesquisa é de 3,4%, enquanto sua perspectiva de inflação de cinco anos é de 3,1%. O indicador das condições econômicas atuais da pesquisa é de 77,5 pontos.
“E, dado que hoje é sexta-feira, o mercado tenta se proteger para o final de semana. Eu não acredito que haja um arrefecimento nas taxas para hoje – ao menos que saia alguma notícia muito positiva que gere uma reversão -, mas, a princípio, acho que o mercado vai ficar nesses níveis”, estima Eduardo Jorge.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,845% de 12,845% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,905% de 10,800%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,320%, de 10,095%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,320% de 10,120% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,7940 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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Imagem: Piqsels