As mulheres trabalham mais e ganham menos, no mercado financeiro. Essa é a conclusão do estudo do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVcef).
Enquanto uma jornada de trabalho masculina tem, em média, 57,8 horas por semana, as mulheres trabalham quase 3 horas a mais (60,4 horas) no mesmo período.
Além de trabalharem mais, dados mostram que elas são minoria em cargos de liderança.
- Tem um grupo seleto de leitores do Monitor do Mercado que recebe informações, recomendações e análises de investimento diretamente no WhatsApp. É muito mais do que está disponível no site e, melhor, em tempo real. Quer entrar para a turma? Clique aqui.
O levantamento, coordenado pela pesquisadora Claudia Yoshinaga, contou com 214 entrevistados, todos pertencentes ao mercado financeiro. Destes 29,25% são mulheres e 60,75% homens.
Dados do Think Tank Official Monetary and Financial Institutions Forum (OMFIF) afirmam que, dos 50 maiores bancos do mundo, apenas 8 têm CEOs mulheres.
No Brasil, o cenário é ainda pior. Apenas 7% das mulheres entrevistadas ocupam cargos de liderança, enquanto isso, entre os homens, 7% eram superintendentes; 8,4%, diretores; 2,8% vice-presidentes; e 11% eram sócios das empresas.
“Mulheres são minoria no topo da carreira financeira e lidam com um duplo teto de vidro: alcançar posições gerenciais e cargos com remunerações mais altas”, diz Yoshinaga.
Já as funções administrativas são majoritariamente exercidas por mulheres. “As únicas subáreas em que mulheres são a maioria são aquelas relacionadas a funções administrativas e de apoio, onde as mulheres representam 10,7%, contra 5,4% da parcela masculina entrevistada”, destacou a professora.
Operando no mercado financeiro, as mulheres também são minoria. Apesar de representarem 51,1% da população brasileira, elas são as donas de apenas 1 a cada 4 contas que operam na Bolsa de Valores.
O número total de investidores na Bolsa do Brasil, a B3, chegou ao volume recorde de 4,2 milhões de pessoas (com e 5 milhões de contas) neste ano. O percentual de mulheres, entretanto, se mantém praticamente inalterado nos últimos 10 anos. Oscila entre 23% e 28%. Veja as lideranças femininas que desafiam a desigualdade de gênero no mercado financeiro.
Imagem: unsplash.com