O economista da XP Investimentos, Rodolfo Margato analisou os dados de serviços divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeta crescimento de 3% este ano (após 8,3% no ano passado) das receitas reais de serviços e o Tracker XP para o PIB do 2T23 melhorou de 0,3% frente ao último trimestre, para 0,4% T/T-1 (de 2,6% A/A para 2,8% A/A). “Projetamos que o PIB do Brasil crescerá 2,2% em 2023.”
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“A maioria das atividades de serviços perderá fôlego daqui para frente, sobretudo devido à dissipação do impulso ‘pós-Covid’, ao enfraquecimento do setor manufatureiro e alguma estabilização das condições do mercado de trabalho”, diz a XP. As receitas reais do setor de serviços cresceram 0,9% em maio ante abril, acima do esperado.
Esses resultados reforçam nossa visão de que o setor de serviços continuará em trajetória de crescimento ao longo de 2023, embora a um ritmo mais moderado, diz a XP.
Quatro entre as cinco categorias de serviços avançaram em maio contra abril. O agrupamento de Serviços de Transporte e Armazenagem foi o destaque ao saltar 2,2% na base mensal e 2,5% no trimestre móvel. Esse desempenho explicou grande parte da diferença entre nossa estimativa e o resultado efetivo do índice geral de serviços. Chamamos a atenção para o forte aumento das voláteis atividades de ‘Transporte Aéreo’ (10,1% mai/abr; 14,2% mai23/mai22) e Transporte Aquaviário (9,8% mai/abr; 15,8% mai23/mai22), além da solidez da atividade de ‘Transporte Rodoviário de Cargas’ (17,3% mai23/mai22). A categoria de Serviços de Transporte e Armazenagem, que representa mais de 35% do setor terciário global, tem sido beneficiada pela produção agropecuária recorde este ano.
Ainda do lado positivo, os Serviços Prestados às Famílias subiram 1,1% em maio ante abril, o segundo ganho consecutivo na margem. “Esta categoria continua em trajetória de crescimento modesto, como reflexo da maior renda disponível às famílias e do alívio na inflação de curto prazo.”
Além disso, os grupos de Serviços de Informação e Comunicação (0,2% mai/abr) e Outros Serviços (0,6% mai/abr) têm oscilado mensalmente, embora a tendência de arrefecimento seja cada vez mais clara.
Por sua vez, a categoria de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares foi o destaque negativo ao contrair 1,0% em maio, a quarta leitura negativa entre as últimas cinco divulgações mensais (-1,9% em relação ao nível de dez-22). A queda em Serviços Técnico-Profissionais (-8,5% mai/abr) mais do que compensou os números animadores vistos nos dois meses anteriores.
Camila Brunelli / Agência CMA
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