O preço das ações da JBS (JBSS3) disparou nos primeiros minutos de negociação na Bolsa desta quarta-feira (12). Em menos de 15 minutos, os papéis já subiram mais de 8%.
A valorização das ações ocorreu em meio à notícia de que a empresa pretende realizar uma dupla listagem na Bolsa de Valores do Brasil (B3) e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), nos Estados Unidos. Hoje, mais da metade de sua receita vem dos EUA.
Em comunicado oficial, a gigante afirma estar tentando adequar sua estrutura societária ao perfil global e diversificado de suas operações, já globais, conforme gráfico abaixo. A dupla listagem seria para “destravar o valor das ações da companhia, ampliar sua capacidade de investimento e fortalecer sua competitividade em relação aos concorrentes globais”.
Entre os benefícios da operação citados pela empresa está o aumento da visibilidade da JBS entre a comunidade global de investidores, facilitando a comparação com seus principais pares. Além disso, permitiria o acesso a uma base maior de investidores e ofereceria maior flexibilidade no uso de equity como fonte de financiamento, abrindo caminho para captação de recursos por meio da emissão de ações e reduzindo a dependência de endividamento para sustentar o crescimento do Grupo JBS.
Assim, o custo de capital do grupo seria menor, ainda de acordo com a empresa.
O processo de dupla listagem será realizado em etapas. Primeiramente, será convocada uma Assembleia Geral Extraordinária da JBS S.A. Em seguida, a J&F e o FIP Formosa contribuirão com suas ações na JBS para a JBS Lux, JBS N.V. e JBS Participações, em troca de Class A Shares e Class B Shares. Posteriormente, a JBS Participações incorporará as ações da JBS S.A. e emitirá Ações Preferenciais Mandatoriamente Resgatáveis (APMR) para os acionistas minoritários. As APMR serão resgatadas pela JBS Participações, e BDRs lastreados em Class A Shares serão entregues aos acionistas minoritários.
Durante um período determinado, os acionistas poderão solicitar a conversão de Class A Shares em Class B Shares. Os acionistas minoritários poderão converter suas Class A Shares da seguinte forma: até o terceiro trimestre de 2026, limitada a uma Taxa Máxima de Conversão de 55% das ações detidas por eles; e durante o quarto trimestre de 2026, respeitada uma quantidade final que preserve um volume mínimo de 20% de Class A Shares em circulação. A qualquer momento, as Class B Shares poderão ser convertidas em Class A Shares.
A expectativa em torno da dupla listagem impulsionou o valor das ações, demonstrando otimismo do mercado em relação aos planos.