Especialistas em ESG (boas práticas de governança corporativa, ambiental e social) se reuniram nesta terça-feira (4) para discutir as práticas de mercado e chegaram a uma conclusão: ESG agora é uma exigência e as empresas têm, sim, responsabilidade social. Agora, os servidores públicos começarão, também, a sentir os efeitos dessas exigências.
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O evento do Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura (IBRIC) destacou a importância e os benefícios de uma agenda pautada em governança social.
O ministro da Corregedoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, explicou que o papel da Corregedoria é atuar no combate à impunidade na Administração Pública Federal, mas que o órgão já está trabalhando para a criação de uma agenda socioambiental.
Como as práticas sociais e ambientais dos servidores transcendem as funções do órgão, o ministro afirmou estar trabalhando para desenvolver a capacidade de articulação entre o órgão e outros ministérios, como o do Meio Ambiente, para a criação de uma agenda completa.
Valdir Moysés Simão, ex-ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e hoje diretor de ética e integridade do IBRIC, destacou o protagonismo das empresas na criação de uma agenda ESG nos âmbitos privado e público.
Para ele, a agenda que hoje está em criação, se tornará a regra do mundo empresarial e a participação das empresas no processo guiará o projeto.
“É muito importante que as empresas entendam que, se antecipando e construindo o caminho que nos leva a essa nova cultura empresarial, […] nós vamos ter uma atuação muito mais sólida e sedimentada em práticas que vão se tornar, sem dúvidas, práticas corriqueiras do mundo empresarial”, afirmou.
Mau exemplo recente
Em relação ao setor privado, Sílvia Lacerda, vice-presidente do IBRIC, conselheira da Rio+ Saneamento e do grupo Águas do Brasil, afirmou que o ESG já é “exigência do mercado”. Segundo ela, a cobrança por uma agenda sustentável é crescente, tanto da sociedade, mas bem como dos stakeholders, dos bancos, dos parceiros comerciais.
Citando indiretamente o caso da Americanas, Lacerda disse que “governança corporativa não é caro. O que custa caro é não ter governança corporativa”.
No começo deste ano, a varejista divulgou um rombo de R$ 20 bilhões, mas hoje especula-se que o valor deve estar na casa dos R$ 50 bilhões.
Sem citar o nome da Americanas, ela reafirmou a necessidade de exatidão e veracidade na prestação de contas das companhias.
Imagem: divulgação