O Plano de Investimento do Programa de Integração de Energia Renovável (Renewable Energy Integration – REI – Program), elaborado com participação do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério da Fazenda (MF) vai investir US$ 70 milhões para aumentar a integração e participação das energias limpas no país.
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O valor estimado foi divulgado na última sexta-feira (30), na reunião do Comitê dos Fundos de Investimento Climáticos (Climate Investment Funds – CIFs). A previsão é que esse total de investimento consiga mobilizar US$ 9,1 bilhões de parceiros, incluindo investimentos privados, para ser implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Grupo Banco Mundial.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou a aprovação do plano e destacou o engajamento do governo brasileiro no avanço das fontes renováveis no país. “O governo brasileiro entende que as necessidades de desenvolvimento social e econômico do Brasil dependem do aumento da oferta de energia limpa. Por isso, para garantir a integração rápida e sustentada de energia renovável no sistema, precisamos aproveitar da rede elétrica o máximo de flexibilidade e eficiência que pudermos. Algumas soluções e tecnologias emergentes ainda não são comercialmente viáveis e precisamos de financiamento concessional para fomentar novos mercados. Com financiamento do CIF, certamente iremos acelerar a transformação necessária neste momento, disponibilizando energia limpa, além de emprego e renda, para as gerações presentes e futuras”, destacou.
O Plano do Brasil contempla três componentes de atuação. A proposta inclui recursos para digitalização e modernização de usinas hidroelétricas; digitalização e automação das redes de transmissão e distribuição; descarbonização dos sistemas isolados e tecnologias de armazenamento; e para desenvolvimento do hub de hidrogênio verde no Ceará. O processo de elaboração do PI do Brasil contou com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial (BM).
O programa REI foi lançado em 2021 pelos CIFs, com o intuito de apoiar países em desenvolvimento a ampliarem a participação da geração de energia renovável nas matrizes energéticas. O financiamento e a assistência técnica do Programa de Integração de Energia Renovável dos CIFs incluem, entre outros pontos, o apoio à integração da gestão de riscos climáticos nas decisões do setor elétrico, diminuindo os impactos da variabilidade e mudanças climáticas. A ideia é também englobar ações que permitam aos consumidores assumir papéis mais ativos na indústria elétrica, de modo a facilitar a implantação de programas de resposta da demanda e uma operação mais flexível do sistema elétrico, em resposta à integração das fontes renováveis.
A versão aprovada pelos Fundos de Investimento Climáticos passou por consulta pública para garantir um processo inclusivo e colaborativo nesta iniciativa importante para a transição energética e sustentabilidade do país.
Os Fundos de Investimento Climáticos (Climate Investment Funds – CIFs) foram criados em 2008 para mobilizar recursos e canalizar investimentos para o desenvolvimento de baixo carbono e resistente ao clima em países de baixa e média renda.
Até o momento, os recursos dos CIFs geraram mais de 61 bilhões de dólares em cofinanciamento para intervenções nas áreas de mitigação e adaptação à mudança do clima, destacando-se entre os maiores mecanismos de financiamento do clima no mundo.
Emerson Lopes / Agência CMA
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Imagem: Piqsels