Ainda que a XP Investimentos projete uma perspectiva positiva para o Brasil no segundo semestre, destaca no seu último relatório macro os riscos de recessão no exterior, que pode impactar as commodities. Em ambiente doméstico, a XP vê potencial retorno de riscos com a reforma tributária, além da próxima pauta fiscal – em especial a segunda parte que será sobre impostos em renda.
“Mantemos o nosso valor justo do Ibovespa em 130 mil pontos até o final de 2023 e continuamos posicionados com mais risco nas carteiras”, segundo análise dos estrategistas de ações da XP.
Na leitura dos especialistas da XP, apesar de um início de ano fraco, os ativos brasileiros terminaram o 1º semestre com um sólido desempenho. Isso foi devido à melhora das perspectivas econômicas, diminuição de riscos políticos e fiscais e melhora nas leituras de inflação – e expectativas de corte de juros em breve.
“O Ibovespa encerrou o semestre com forte valorização de 7,6% em reais e 18,7% em dólares superando ações globais. O real também superou outras moedas globais, com o dólar abaixo de
R$5,00. A curva DI também reagiu bem, com taxas mais baixas ao longo da curva.”
Apesar do cenário favorável, os especialistas da XP não consideram que o corte de juros esteja precificado. “Achamos que ainda não: o rali até agora aconteceu apesar da queda de -26% de VALE3, maior ação do Ibovespa. Nossos cálculos mostram que, sem VALE3, o Ibovespa teria subido para 131 mil ao invés de 118 mil – além disso, o Ibovespa tende a ser positivo em ciclos de corte de
juros.”
Segundo a análise, ainda há potencial para ver fluxos de capital estrangeiro entrando mais fortemente, além de os fluxos institucionais também ainda não terem retornado. “Os investidores PF ainda estão com pouca alocação em bolsa, mas já vemos uma mudança de sentimento para positivo e os níveis de posições vendidas ainda estão próximos dos máximos históricos. “,
Os analistas ainda falam que o valuation segue descontado, com o Ibovespa negociado P/L em 8,2x, menor que média histórica e desconto de 50% em relação a ações globais.