As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) caem. A expectativa pelo corte na Selic (taxa básica de juros), em agosto, e a manutenção da meta de inflação em 3% foram bem recebidos pelo mercado. Os dados melhores de inflação nos Estados Unidos, divulgados hoje, também facilitam esse movimento.
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O especialista da Valor Investimentos, Paulo Luives lembrou que além de reagir à decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), as taxas também refletem os dados positivos de desemprego do PNAD. “Além disso, olhando para o mercado externo, a inflação nos Estados Unidos veio melhor do que esperado e isso ajuda não só as bolsas lá fora a reagiram positivamente, como também internamente”, explicou.
A PNAD de hoje mostrou que a taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 8,3% no trimestre móvel encerrado em maio, caindo 0,3 ponto percentual (pp) ante o trimestre imediatamente anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em ambiente exterior, a renda dos norte-americanos em maio subiu 0,4% em relação a abril, uma alta de US$ 91,2 bilhões em termos absolutos, segundo dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Os gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) subiram 0,1% na mesma base de comparação, uma alta de US$ 18,9 bilhões. Luives explicou, ainda, que esse movimento ajuda no desempenho de ativos. Prova disso é que as máximas do dia na bolsa foram puxadas por papéis ligados ao consumo interno, ou seja, empresas que se beneficiam do cenário de juros caindo.
Na leitura de Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital, a reunião do CMN acalmou o mercado. “Super importante essa queda de juros para a gente balizar as próximas quedas que a gente venha a ter na Selic mais para frente.”
O analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura disse que “as curvas fecharam bastante, refletindo fortemente a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). No mês de julho devemos ter a lateralização deste movimento”.
O CPI da Zona do Euro teve alta de 5,5% em junho ante projeções de 5,6%, enquanto o núcleo subiu 5,4% (estimativas de 5,5%).
Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,850% de 12,920% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,775% de 10,855%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10, 135%, de 10,370%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,165% de 10,390% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em queda, cotado a 4,7940 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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