A Bolsa opera em alta com o mercado assimilando a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) da véspera sobre a decisão da meta de inflação de 3% para 2026 e a mudança do regime contínuo a partir de 2025. Além disso, acompanha o exterior positivo após os dados da inflação nos Estados Unidos. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíam e impediam que o índice subisse mais, após a empresa anunciar redução no preço da gasolina.
- Tem um grupo seleto de leitores do Monitor do Mercado que recebe informações, recomendações e análises de investimento diretamente no WhatsApp. É muito mais do que está disponível no site e, melhor, em tempo real. Quer entrar para a turma? Clique aqui.
A Petrobras anunciou há pouco corte de R$ 0,14 por litro, ou queda de 5,3%, o preço médio da gasolina A, passará a ser de R$ 2,52 por litro. A mudança valerá a partir de amanhã para as distribuidoras.
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou o índice de preços de gastos com consumo (PCE, sigla em inglês), que subiu 0,1% em maio, após crescer 0,4% em abril. O mercado previa (+ 0,2%). Na comparação anual, o indicador registrou alta de 3,8%.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíam 3,75% e 4,22%.
Às 12h27 (horário de Brasília) o principal índice da B3 tinha alta de 0,37%, aos 118.758,49 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto subia 0,06%, aos 120.700 pontos. O giro financeiro era de R$ 12,4 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam em alta.
Josian Teixeira, diretor e gestor de recursos da Lifetime Asset Management, disse que o exterior e o
cenário interno ajudam a Bolsa. “Os dados melhores lá fora e o CMN vendo mais pró-mercado,
entendemos como um excelente momento para tomar risco; estamos vendo o avanço do governo e melhor:
existe uma harmonia institucional e a independência do Banco Central, isso é uma conquista muito
boa que vai refletir no kit Brasil, principalmente nas ações das empresas”.
O dólar segue em queda. O movimento ganhou força com a divulgação dos gastos pessoais (CPE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, em maio, que subiram 0,1% ante expectativas de 0,2%. Isso alimenta as esperanças de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) seja menos hawkish (severo, propenso ao aumento dos juros).
Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “vemos o dólar se desvalorizando frente às principais moedas, reduzindo as chances de que o Fed seguirá duro na sua política monetária. Isso deixa os ativos de risco mais atrativos, já que a recessão (nos Estados Unidos) pode ser muito mais leve que o esperado”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) caem. A expectativa pelo corte na Selic (taxa básica de juros), em agosto, e a manutenção da meta de inflação em 3% foram bem recebidos pelo mercado.
O analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura disse que “as curvas fecharam bastante, refletindo fortemente a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). No mês de julho devemos ter a lateralização deste movimento”.
Segundo o boletim da Ajax Asset, “lá fora, juros dos Treasury Bonds (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) em alta após os dados do CPI da zona do euro mostrarem números ainda altos. Por aqui, decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) quanto às metas de inflação pode ter algum impacto na parte curta da curva de juros. Espera-se uma abertura mais positiva para bolsa, com quedas dos DI”.
Veja como estava o mercado por volta das 13h00 (de Brasília):
IBOVESPA: 118.268,13 (+0,59%)
DÓLAR À VISTA: 4.821,500 (-0,81%)
DI JAN 2024: 12,835% (- 0,65%)
DI JAN 2027:10,130 % (-1,74%)
Camila Brunelli / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA
Imagem: Freepik