O Ibovespa e dólar sobem, enquanto as taxas DI operam em queda no mercado financeiro brasileiro nesta quinta-feira. A Bolsa opera em alta refletindo a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dados mais positivos da economia e o mercado fica atento à reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), considerada a mais importante do ano que vai debater a meta da inflação.
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, concedeu uma entrevista coletiva em que comentou sobre a ata do Copom e disse que predominou o grupo que decidiu em manter a “porta aberta” para a redução da taxa básica de juros. A autoridade monetária também explicou sobre o comunicado do Copom e inflação.
Mais cedo, foi divulgado o Índice Geral de Preços- Mercado (IGP-M) de junho, que caiu 1,93%, mais que o mercado previa (-1,74%). E no relatório trimestral de inflação, o Banco Central revisou a estimativa de crescimento do PIB para cima e da inflação para baixo este ano.
A instituição estimou queda na previsão da inflação para este ano em 0,8 ponto porcentual (pp) em 5%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) foi revisado para cima este ano de 1,2% para 2%.
As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) subiam 16,02%. Vale (VALE3) subia 0,94% e siderúrgicas avançavam.
Às 12h41 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 1,23%, aos 118.122,80 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançava 1,25%, aos 120.035 pontos. O giro financeiro era de R$ 7,9 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam em alta.
O dólar sobe. A moeda reflete o movimento global de cautela, gerado pelo provável aumento dos juros em algumas das principais economias do mundo.
O sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato entende que o dólar pode chegar a R$ 4,90, mas a tendência ainda é baixista. Contudo, o cenário pode mudar caso a Selic (taxa básica de juros) comece a ser cortada em agosto.
Segundo o boletim da Ajax Asset, “á fora, os juros dos Treasury Bonds (título do Tesouro dos Estados Unidos) sobem após discursos de Powell (presidente do Fed) e Christine Lagarde (presidente do BCE), e as ações avançam com fluxo de notícias corporativas mais positivas da zona do euro. Por aqui, ativos devem acompanhar exterior”.
“Em evento realizado em Sintra, Jerome Powell destacou que a política do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ainda não é restritiva o suficiente e que ainda não ficou no campo restritivo o tempo necessário para conter a inflação. Powell também não descartou a possibilidade retornar com aumentos consecutivos dos juros, e reforçou que o núcleo só atingirá o patamar de 2,0% em 2025. Já Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), também afirmou que o aumento dos juros em julho é altamente provável, mas deixou em aberto nova elevação em setembro. Para Lagarde, o BCE ainda tem um longo caminho a percorrer e uma pausa não está em seus planos a não ser que tenha evidências de estabilização da inflação subjacente”, contextualizou a Ajax.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) passaram a operar majoritariamente em queda. As novas metas para a inflação de 2023 (5,0%) e 2024 (3,4%) ainda são digeridas pelo mercado.
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, os juros seguem o dólar, além de apresentar uma leve correção, especialmente nas curvas longas. O risco inflacionário no exterior reflete no Brasil.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, acredita que a revisão da meta de inflação aumenta as expectativas do mercado para o início do corte da Selic. Outro ponto para tornar o ambiente mais propício, ressalta a economista, é a definição do arcabouço fiscal. Ela, contudo, observa que não há nenhum trecho no relatório sinalizando que o corte terá início em agosto, mas as projeções mostram que isso deverá ocorrer. Este movimento, porém, pressiona a curva de juros na abertura.
Veja como estava o mercado por volta das 13h10 (de Brasília):
IBOVESPA: 118.268,13 (+1,37%)
DÓLAR À VISTA: 4,8530 (+0,06%)
DI JAN 2024: 12,955% (-0,11%)
DI JAN 2027: 10,405% (+0,14%)
Camila Brunelli / Agência CMA
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