O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá que aumentar as taxas de juros se o avanço dos preços se afastar da meta ou as expectativas de inflação começarem a se mover “de maneira difícil”, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, nesta quinta-feira (29), de acordo com a Reuters.
“Reconheço que, se a inflação se afastar da meta ou parecer estagnar significativamente, provavelmente teremos que fazer mais ou, se as expectativas de inflação começarem a se mover de maneira difícil, talvez tenhamos que fazer mais”, disse Bostic a repórteres antes de um discurso na Associação Irlandesa de Gestores de Investimentos.
“Não estamos vendo nenhum desses agora e, como consequência, estou confortável esperando… Se eu vir sinais de que está se afastando, estarei bem na frente da fila para dizer que precisamos de taxas mais altas, precisamos ser agressivos”, completou.
Citando o que ele viu como um pico do núcleo da inflação e medidas que sugerem que a inflação começou a “realmente entrar muito mais na faixa do normal”, o presidente do Fed de Atlanta avaliou que as autoridades tiveram tempo de esperar e deixar sua política funcionar.
No início deste mês, o Fed decidiu não aumentar sua taxa básica de juros pela primeira vez desde que iniciou o atual ciclo de aperto monetário em março de 2022, mantendo-a entre 5% e 5,25%.
Entretanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou em aberto nesta semana a possibilidade de aumentos sucessivos das taxas neste ano. Já Bostic disse que existem cenários em que isso pode
acontecer, mas são improváveis. Ele reiterou sua visão de que as taxas devem permanecer inalteradas pelo resto de 2023.