A Bolsa fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo. A informação passada à Globo News pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a ampliação do programa de incentivo à compra de carros, o peso da Vale (VALE3) e a participação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no evento do Banco Central Europeu (BCE), foram os fatores que pesaram sobre o Ibovespa.
- Essa informação chegou primeiro para quem é membro do Monitor do Mercado Real Time. Já garantiu o seu acesso? Clique aqui.
O principal índice da B3 caiu 0,71%, aos 116.684,06 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto perdeu de 0,63%, aos 118.685 pontos. O giro foi R$ 21,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.
Powell disse que o trabalho ainda é duro para combater a inflação e que ainda poderia elevar taxas de juros em reuniões seguidas. O evento começou na segunda-feira e terminou hoje em Sintra, Portugal.
Os investidores ficam de olho na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e no relatório trimestral de inflação, após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Os dados e as decisões serão conhecidos na quinta.
As ações da Vale (VALE3) caíram 3,15% refletindo a preocupação com a China. Hoje, os números mostraram que o lucro das principais empresas da China caiu 18,8% no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Em maio, o indicador teve queda de 12,6% ante o mesmo mês do ano passado.
Já as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 0,72% e 0,94%, após os dados de estoque de petróleo nos Estados Unidos em queda, resultado em alta acentuada nos futuros da commodity.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que o mercado começa a ficar pesado quando se aproxima dos 119 mil e 120 mil pontos e hoje a Vale pressionou o índice “por conta do efeito China com perspectivas fracas da economia e, agora à tarde o setor financeiro começou a realizar possivelmente por conta da reunião dos presidentes dos bancos centrais, em Portugal, que sinalizaram cenário austero para juros em alta”.
Mas, Hashimoto, também disse que pode ter influenciado no mercado a fala de Haddad em entrevista à Miriam Leitão de que o governo vai ampliar o programa de incentivo à compra de carros e contemplará empresas. A entrevista completa irá ao ar às 23h de hoje. “O temor do risco fiscal se acentua; os bancos também sentiram pela questão do risco do aumento do risco da inadimplência, aumento do endividamento da população”.
O sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos ressaltou que o mercado vai ficar com as atenções voltadas para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), amanhã (29) para definição da nova meta de inflação. “Acredito que vai ser mantido em 3% o centro da meta [da inflação]”.
Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, disse que a agenda esteve esvaziada e os investidores monitoraram o evento do Banco central da Europa. “Powell e Lagarde disseram que ainda são necessários aumentos adicionais da taxa de juros para controlar a inflação; Vale, siderúrgicas e bancos pesam com a queda e o contraponto vem com a alta de Petrobras e o setor de varejo; aqui os investidores ficam de olho na reunião do CMN e no relatório trimestral de inflação para traçar a expectativa de política monetária do BC”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA
Imagem: Piqsels