Em maio, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro situou-se em R$15,1 trilhões (146,9% do PIB), crescendo 0,2% no mês, devido principalmente à alta de 1,5% dos empréstimos da dívida externa. Na comparação interanual, o crédito ampliado aumentou 9,9%, sobressaindo as elevações na carteira de empréstimos, 10,3%, e nos títulos de dívida, 9,3%. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC).
O crédito ampliado a empresas totalizou R$5,2 trilhões (51,1% do PIB), aumento de 0,4% no mês, influenciado principalmente pela elevação de 1,6% nos empréstimos da dívida externa, decorrente da depreciação cambial de 1,9%. Na comparação com maio de 2022, a expansão de 13,0% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente os aumentos de 29,7% em títulos de dívida e de 11,1% no total da dívida externa.
O crédito ampliado às famílias situou-se em R$3,5 trilhões (34,4% do PIB) em maio, com expansão de 0,5% no mês e de 14,0% em doze meses, refletindo, principalmente, o incremento nos empréstimos do SFN.
O estoque das operações de crédito do SFN somou R$5,4 trilhões em maio, crescimento mensal de 0,3%. Esse resultado decorreu, basicamente, do incremento de 0,5% no estoque de crédito das operações com pessoas físicas, R$3,3 trilhões, enquanto o estoque de crédito às pessoas jurídicas permaneceu estável no período, em R$2,1 trilhões. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, o crédito total cresceu 10,4%, desacelerando em relação ao crescimento em doze meses observado em abril, 11,3%. Por segmento, na mesma base de comparação, o saldo de crédito com as pessoas jurídicas e com as pessoas físicas também desaceleraram, com aumentos de 4,4%, ante 4,8%, e de 14,6%, ante 15,8%, na ordem.
O estoque de crédito com recursos livres para as empresas atingiu R$1,3 trilhão em maio, com recuo de 0,4% no mês e expansão de 1,8% em doze meses. Esse desempenho decorreu, basicamente, da redução do estoque das operações de desconto de duplicatas e outros recebíveis, -8,2%, e de capital de giro com prazo superior a 365 dias, -1,3%.
O estoque de crédito com recursos livres às pessoas físicas atingiu R$1,8 trilhão em maio, incremento de 0,8% no mês e de 12,9% em doze meses. Para esse resultado contribuíram as carteiras de cartão de crédito à vista, 2,4%, os financiamentos para aquisição de veículos, 0,9%, e o crédito consignado para trabalhadores do setor público, 0,6%.
O crédito direcionado cresceu 0,4% no mês e 14,1% em doze meses ao atingir R$2,2 trilhões em maio. Por segmento, o crédito para as empresas cresceu 0,8% no mês e 9,4% em doze meses. O crédito às famílias aumentou 0,1% no mês e 16,8% em doze meses.
As concessões nominais de crédito somaram R$503,3 bilhões em maio. Nas séries sazonalmente ajustadas, o total de novas contratações aumentou 1,5% no mês, com incremento de 4,2% nas operações pactuadas com empresas e diminuição de 0,5% nas operações com as famílias. Nos doze meses até maio, as concessões nominais aumentaram 10,5%, com elevações de 6,3% nas contratações com pessoas jurídicas e de 14,0% com pessoas físicas. A média diária de novas contratações diminuiu 5,5% em maio, ressaltando-se a ocorrência de quatro dias úteis a mais que no mês anterior.
A taxa de juros das novas contratações alcançou 32,5% a.a. em maio, com incrementos de 0,4 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. O spread bancário das novas contratações atingiu 22,3 p.p., com alta de 0,5 p.p. no mês e de 4,8 p.p. comparativamente a maio de 2022.
Nas operações de crédito com recursos livres, a taxa de juros alcançou 45,4% a.a. em maio, com incrementos de 0,3 p.p. no mês e de 7,4 p.p. em doze meses. Nas contratações com o segmento empresarial, a taxa de juros atingiu 23,8% a.a., assinalando estabilidade no mês e incremento de 1,9 p.p. em doze meses. No crédito às famílias, a taxa de juros atingiu 59,9%, com elevações de 0,3 p.p. no mês e de 9,5 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior.
Agregados monetários
A base monetária somou R$396,3 bilhões em maio, diminuição de 3,4% no mês e de 0,5% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação retraiu 0,4% e as reservas bancárias 15,2%.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, apresentaram impactos contracionistas: as operações com títulos públicos federais, R$31,9 bilhões (resgates líquidos de R$78,2 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$110,1 bilhões no mercado secundário); as de Redesconto e de Linhas de Liquidez, R$43 milhões; e os depósitos de instituições financeiras, R$10,8 bilhões (recebimentos de depósitos voluntários a prazo, -R$14,4 bilhões, recolhimentos de recursos não aplicados em operações de microfinanças, -R$135 milhões, liberação de recursos de depósitos a prazo, R$1,1 bilhão, de recursos de caderneta de
poupança, R$371 milhões, depósitos de garantia em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez LFL, R$830 milhões, de depósitos para compensação de cheques e outros papéis,R$145 milhões e de recursos do Proagro, R$1,5 bilhão). No sentido expansionista, contribuíram as operações do Tesouro Nacional, R$15,8 bilhões; do setor externo, R$6,4 bilhões; e com derivativos, R$3 bilhões. Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$578,1 bilhões, decréscimo de 2,1% no mês, resultado da diminuição do papel-moeda em poder do público de 0,2% e dos depósitos à vista em 3,8%, respectivamente. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 1,4% no mês.
O M2 cresceu 1,2% no mês, com saldo total de R$5,3 trilhões, refletindo o aumento de 2,1% no saldo de títulos emitidos por instituições financeiras, que alcançou R$3,8 trilhões, resultado da expansão de 2,8% no saldo das letras de crédito (LCA e LCI). O saldo dos depósitos a prazo aumentou 2,3% no período, após captações líquidas de R$30,8 bilhões no período, enquanto o saldo dos depósitos de poupança recuou 0,6%, totalizando R$960 bilhões, após resgates líquidos de R$11,7 bilhões. O M3 aumentou 0,9% no período, totalizando R$10,0 trilhões, reflexo da elevação do M2 e do aumento do saldo das operações compromissadas com títulos públicos (14,4%) e com títulos privados (12,5%). O saldo das quotas de fundos do mercado monetário manteve-se praticamente estável (R$4,5 trilhões), com variação positiva de 0,1%. O M4 avançou 0,8% no mês, totalizando R$11,1 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 10,3%.
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