O índice Ibovespa registrou um fechamento impressionante, alcançando uma marca recorde pela terceira vez nas últimas quatro sessões. O dia viu uma alta de 0,59%, chegando a 131.850,90 pontos, com picos de até 132.046,93 pontos. O mercado apresentou uma movimentação de R$ 20,6 bilhões, demonstrando um otimismo contínuo em relação à redução de juros e um apetite crescente por ativos de risco.
De acordo com Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, por volta das 15h30, um forte influxo de capital aproximou o índice das máximas. O dólar também foi impactado, negociado em baixa de aproximadamente 1%, a R$ 4,86. Lourenço destacou que esta semana é crucial para definir novos níveis de preço, prevendo uma diminuição do fluxo à medida que o ano se aproxima do fim.
O mercado demonstrou vigor nas negociações de fechamento de 2023, impulsionado por uma postura compradora. Lourenço expressou confiança, indicando a possibilidade do Ibovespa testar os 135 mil pontos antes do término do ano. Ele ressaltou uma alta bem distribuída entre os ativos da Bolsa, com poucos papéis apresentando exceção.
Desempenho de empresas e setores na Bolsa
No fechamento desta terça-feira, empresas como Braskem (+7,15%), Dexco (+3,97%) e Raízen (+3,37%) foram destaques positivos do Ibovespa. Por outro lado, houve queda para empresas como Embraer (-2,74%), Pão de Açúcar (-2,70%) e Petz (-2,59%). Entre as ações de maior liquidez, Petrobras (ON +0,66%; PN +1,14%) e Vale (ON +0,70%) registraram altas, enquanto somente Bradesco PN não apresentou variação significativa.
Perspectivas econômicas e impactos
A S&P Global Ratings destacou a perspectiva estável para a nota BB do Brasil, embora tenha citado um “progresso lento” na gestão dos desequilíbrios fiscais e um cenário econômico com expectativas de crescimento fraco. A agência salientou que esses pontos negativos são contrabalançados pela forte posição externa e pela influência da política monetária na contenção das expectativas de inflação.
A agência apontou a possibilidade de elevar a nota brasileira nos próximos dois anos, caso reformas fiscais sustentem o crescimento econômico de longo prazo e ocorra uma estabilização do nível da dívida. No entanto, a elevação para o grau de investimento ainda está a dois degraus de distância, segundo todas as principais agências de classificação de risco de crédito.
Análise do Goldman Sachs e expectativas de mercado
O Goldman Sachs enfatizou que o Brasil precisa percorrer um longo caminho e implementar reformas significativas para recuperar o grau de investimento. Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco, afirmou que o país está abaixo do padrão necessário para esse reconhecimento, especialmente em termos de política monetária, contexto macroeconômico e necessidade de reformas estruturais.
A ata do Copom, divulgada pela manhã, seguiu uma linha similar ao comunicado da última semana, mantendo a expectativa de cortes graduais na taxa Selic. Para João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, a ata pode ser considerada “hawkish”, indicando uma moderação na expectativa do mercado por um sinal mais suave em comparação com o comunicado anterior.
Com informações do Broadcast
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