A Bolsa fechou em queda pelo segundo dia em um movimento de realização, na contramão de Nova York, perdeu mais de 1500 pontos, em meio à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e desaceleração do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA-15).
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Os investidores mantiveram as atenções na reunião de quinta-feira do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Na ata, o colegiado deixou a “porta aberta” para uma queda da taxa básica (Selic) em agosto. O IPCA-15, prévia da inflação, subiu 0,04% em junho, mas desacelerou frente ao mês anterior (+0,51%). No acumulado em 12 meses, a variação foi de 3,40%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíram 0,86% e 0,77% acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional. As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) registraram mais um dia de queda de 4,71%, e ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa, após a notícia sobre a venda da parte do Casino.
O principal índice da B3 caiu 0,60%, aos 117.522,87 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto perdeu de 0,38%, aos 119.495 pontos. O giro foi R$ 25,1 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.
Fabio Louzada, economista e analista CNPI e fundador da Eu me banco, disse que o Ibovespa cai hoje em dia de realização de lucros após nove semanas de altas “mesmo com o IPCA-15 desacelerando e a ata do Copom sinalizando que parte do comitê acredita no início de um ‘processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião’; o comitê deixou a porta aberta para uma queda da Selic”.
Arlindo Souza, analista de ações da casa de análises do TC, disse que o Ibovespa está em movimento de realização de lucros. “Movimento baixo, com dados IPCA-15 ligeiramente acima do esperado pressionou curva de juros e reflete no mercado de ações”.
Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, disse que a Bolsa está em um movimento de correção e guiada por eventos domésticos. “Não é uma tendência de baixa, após várias semanas de alta e pode virar; o Ibovespa começou bem repercutindo a ata do Copom que veio positiva, prevendo um cenário desinflação e já vemos substância para um corte da Selic em 0,25 pp em agosto; o IPCA-15 veio em linha com o esperado e no radar do mercado está a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)”.
Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) faz preço na Bolsa. “A ata veio mais positiva e agradou o mercado se comparada com o comunicado, o IPCA-15 veio praticamente em linha; o evento local que deve travar a Bolsa é a reunião do CMN, é ali que podemos ter alguma surpresa; a expectativa é de que as metas não sejam alteradas para 2024 e 2025, mas o que pode acontecer é mudança no período de avaliação das metas e, dependendo da maneira como vier, que é aquilo que saiu no comunicado, a ancoragem das expectativas, pode mexer com a Bolsa”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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