Nesta quarta-feira (20), o dólar reverteu o cenário anterior e fechou o pregão acima dos R$ 4,91 em relação ao real. Esse movimento foi uma reação dos investidores aos dados econômicos dos Estados Unidos, que superaram as expectativas, resultando em ajustes de posições no mercado.
O baixo volume de negócios e a saída de estrangeiros da Bolsa intensificaram essa oscilação, já que as festividades de fim de ano se aproximam, diminuindo a atividade comercial.
Análise de especialistas
Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, destacou que não há uma causa específica para a alta do dólar hoje. Segundo ela, esse comportamento pode estar relacionado a um ajuste técnico após a queda registrada ontem.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, observou que a queda no preço de produtos agrícolas, essenciais para as exportações brasileiras, exerceu pressão adicional sobre o real. Ele comparou o desempenho do real com outras moedas ligadas a commodities, como o dólar australiano, que tiveram um desempenho ligeiramente melhor ante o dólar no pregão de hoje.
Impacto dos dados dos EUA
Indicadores econômicos positivos dos Estados Unidos, como o índice de confiança do consumidor medido pelo Conference Board e o aumento nas vendas de moradias usadas, superaram as previsões do mercado. Isso reforçou a ideia de que a economia americana está resistindo aos efeitos do aumento de juros adotado pelo Federal Reserve para conter a inflação.
Apesar disso, a expectativa majoritária do mercado é que o banco central dos EUA começará a cortar a taxa dos Fed Funds a partir de março, o que explicaria a força do dólar mesmo com a queda nas taxas dos Treasuries.
Desempenho do dólar e moedas fortes
O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,99%, cotado a R$ 4,9120, aproximando-se da máxima da sessão, de R$ 4,9130. Além da valorização em relação ao real, o dólar também ganhou força frente a outras moedas fortes, como o euro e a libra.
Tanto o euro quanto a libra apresentaram desvalorização motivada pela expectativa de que as taxas de juros na zona do euro e no Reino Unido possam começar a cair antes do previsto pelos bancos centrais dessas regiões. Isso poderia tornar o ritmo de afrouxamento monetário mais sincronizado e menos desfavorável ao dólar.
Com informações do Broadcast
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