As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda. O movimento de hoje foi impactado majoritariamente pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que deixou espaço para o começo do corte na Selic (taxa básica de juros) em agosto.
- Receba primeiro as notícias e análises que vão impactar o mercado. Assine o exclusivo Monitor do Mercado Real Time. Recomendações de investimento e informações, minuto a minuto, direto no seu celular. Clique aqui para conhecer.
Na leitura do economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a ata do Copom foi muito mais acomodatícia do que o comunicado. Segundo o especialista, para além da aguardada elevação do juro neutro, que de fato foi para 4,50% (+50bps) e outras avaliações sobre a conjuntura, a autoridade escreve que: “A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião.”
Em outras palavras, já há maioria avaliando que o processo desinflacionário em curso pode permitir o corte em agosto. Dois aspectos devem ser pontuados a priori: até a reunião de agosto apenas o IPCA de junho será conhecido em termos de inflação fechada, com apenas outras informações de IPCA-15 em curso.
Assim, a Ativa Investimentos, “se atendo aos sinais de parcimônia, alteramos nossa perspectiva para a Selic de 13,75% no final deste ano para 12,00%, com o ciclo se iniciando com corte de -25bps e intensificando para -50bps nas 3 reuniões que encerram 2023. Para 2024 o ano deverá terminar em 9,0%”.
Especificamente no IPCA de junho é esperada que haja uma deflação que beira -0,20%, ou seja, a desinflação corrente continuará com certeza. Além disso, formou-se maioria sem a participação dos dois diretores mais dovish recentemente indicados pelo executivo, o que deverá sacramentar um corte.
“Inclusive nas opções do Copom para a reunião de agosto, a probabilidade de corte de -0,25% na Selic saiu de 47% para 63% agora”, estima Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Por volta das 16h43 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,965% de 13,015% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,950% de 11,000%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,300%, de 10,350%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,320% de 10,330% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a 4,7970 para a venda.
Paulo Holland / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA
Imagem: Piqsels