Um relatório divulgado pelo Global Forest Watch (GFW) nesta terça-feira revelou uma perda preocupante de floresta tropical na Amazônia brasileira. Segundo o relatório, cerca de 41 mil quilômetros quadrados de floresta antiga foram desmatados no último ano, equivalente à área da Suíça. O último ano do governo Bolsonaro no Brasil representou mais de 40% de todas as perdas florestais registradas no mundo.
- Tem um grupo seleto de leitores do Monitor do Mercado que recebe informações, recomendações e análises de investimento diretamente no WhatsApp. É muito mais do que está disponível no site e, melhor, em tempo real. Quer entrar para a turma? Clique aqui.
“Os números de 2022 são particularmente desanimadores. Esperávamos ver agora um sinal nos dados de que estávamos virando a esquina na perda de floresta”, disse Francis Seymour, funcionário do WRI no relatório.
O documento ressalta que as florestas primárias desempenham um papel essencial na proteção contra as mudanças climáticas, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono. No entanto, as perdas registradas no ano passado liberaram aproximadamente 2,7 gigatoneladas de dióxido de carbono, equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis da Índia, conforme o relatório do GFW.
Enquanto a Indonésia e a Malásia conseguiram manter a perda florestal sob controle, implementando políticas rigorosas e combatendo o desmatamento em plantações de dendezeiros, outras nações, como República Democrática do Congo e Bolívia, enfrentaram grandes perdas de floresta tropical após o Brasil.
Rod Taylor, diretor global do programa florestal do WRI, expressou preocupação com a situação. “Estamos muito fora do caminho e seguindo na direção errada”, afirmou.
Apesar da promessa global de atingir o desmatamento zero até 2030, a análise do GFW revelou que o desmatamento em 2022 ultrapassou em mais de 10 mil quilômetros quadrados o limite necessário para alcançar essa meta.
Larissa Bernardes / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA
Imagem: Alex Ribeiro / Agência Pará