As ações da Boeing já acumulam queda de mais de 8% na semana, após o acidente com seu modelo 737.
Na última sexta-feira (5), a aeronave 737 Max 9, da Boeing, levantava voo em Portland, nos Estados Unidos. O voo da Alaska Airlines teve que fazer um pouso de emergência logo depois, quando o tampão da porta da aeronave caiu.
Imagens do acidente foram publicadas na rede TikTok, veja abaixo, e logo viralizaram:
@strawberr.vy Girls’ trip turned into emergency landing trip… #alaska #alaskaair ♬ original sound – vy 🍓
Ninguém se machucou, mas desde então, os papéis da fabricante vem sofrendo, enquanto agências de aviação do mundo inteiro proíbem o modelo de voar.
O CEO da Boeing, Dave Calhoun, disse que a empresa irá reconhecer seus erros e trabalhar junto a agência investigadora para descobrir a causa do acidente.
Esse já é o terceiro acidente com o modelo, o que gera dúvidas sobre a segurança da aeronave e a deixa, pela segunda vez, proibida de voar.
Como vão ficar as ações da Boeing?
O Bank of America disse que os incidente não altera a sua recomendação de compra para empresa, mas disse haver um potencial efeito negativo na percepção pública da Boeing.
Os analistas acreditam que problemas contínuos na aeronave geram riscos à reputação da companhia, minam a confiança do público e podem prejudicar as vendas.
O Goldman Sachs afirma que “quaisquer problemas de controle de qualidade introduzem riscos no cenário de produção e entrega; mas há também um cenário em que esta situação é isolada e tem um impacto limitado para além do curto prazo”.
É importante lembrar que entre 2019 e 2020 o modelo também ficou impedido de voar após dois acidentes na Indonésia e na Etiópia que juntos mataram 346 pessoas.
Que outras ações foram impactadas?
As ações da companhia aérea Alaska caem 2,5% desde o acidente. A empresa está com dificuldade de remanejar seus voos sem o 737 em sua frota e, desde segunda (8), já cancelou 20% das suas partidas.
Já a Spirit Aerosystems – a empresa que fabrica a peça que se soltou, causando o acidente, vê suas ações despencando 7,78% na semana.
O “azarado” 373
Esse não é o primeiro acidente protagonizado pelo Boeing 737 Max. Em 2018, um avião do mesmo modelo, operado pela companhia aérea Lion Air caiu na costa da Indonésia e deixou 189 mortos.
A causa do acidente, segundo o relatório divulgado pelo comitê de investigação indonésio, foram problemas no sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS) – um dos sistemas de controle da aeronave.
Meses depois, um novo avião do mesmo modelo voltou a cair, desta vez, operado pela Ethiopian Airlines. Todas as 157 pessoas a bordo morreram.
O problema foi, novamente, com o sistema MCAS.
Os aviões ficaram proibidos de voar durante toda a investigação, entre 2019 e 2020, e agora, o modelo enfrentará mais tempo de solo com o novo acidente que, desta vez, não feriu ninguém.