As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em baixa, acompanhando o exterior, em dia de agenda doméstica esvaziada. Mercado segue à espera da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã – e de uma possível reinterpretação do comunicado que foi divulgado ao fim da reunião do Comitê. Lá fora o cenário é de tensão e receio de uma recessão global, em início de semana de agenda cheia.
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“Mercado hoje muito calmo. Agenda muito vazia, sem grandes oscilações. Eu acredito que, inclusive, não tem nenhuma razão para haver uma movimentação mais forte justamente por conta dessa agenda, mas a semana é uma semana que promete, uma semana cheia de indicadores – amanhã tem ata do Copom”, pontua Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.
“Acho que hoje vai ser o dia mais tranquilo da semana assim em termos de volume – Em termos de oscilação para hoje realmente não tem nada de significativo sobre o DI. No Tesouro direto, como está diretamente relacionado, também as cotações lá estão extremamente calmas”, analisa.
O texto do Banco Central (BC) de depois da deliberação da manutenção da Selic (taxa básica de juros) em 13,75% foi considerado hawkish pelos agentes de mercado, mas dias depois da reunião, a imprensa noticiou que pessoas do colegiado do Copom teriam procurado integrantes do Congresso e do governo a fim de explicar que, ao contrário do que o mercado havia entendido, o texto deixa, sim, uma porta para um corte na Selic em breve.
O trader do Braza Bank, Gabriel Ribeiro considerou o comunicado do BC neutro e aposta que os novos dados de inflação dessa semana prometem movimentar mais ainda a curva de juros futuros. Apesar de um comunicado mais neutro por parte do Copom na última quarta-feira, o mercado já voltou a precificar corte da Selic em agosto, aproximadamente 25 pips de corte. Relatório Focus segue uma tendência de redução de IPCA e aumento do PIB para este ano e para 2024.”
“Essa tendência deve continuar, porque o mercado está esperando para ver o que vai ter amanhã, como vem essa ata, e se vai mudar a interpretação. Pode até cair mais [os juros] se houver expectativa de cortar os juros antecipadamente”, ponderou Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
Além disso, o mercado avalia a pesquisa Focus de hoje que reduziu de 5,12% para 5,06% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. Para 2024, as instituições financeiras reduziram de 4,00% para 3,98% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3%.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,000% de 13,005% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,980% de 11,010%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,350%, de 10,400%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10, 335% de 10,395% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a 4,7650 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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