As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem o primeiro pregão da semana majoritariamente em baixa, com taxas curtas de lado, com viés de baixa, e longas com queda mais contundente, acompanhando o exterior, avaliando o Boletim Focus e à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã e de uma possível reinterpretação do comunicado que foi divulgado ao fim da reunião do Comitê. Lá fora o cenário é de tensão de medo de uma recessão, em início de semana de agenda cheia.
O texto do BC de depois da deliberação da manutenção da Selic (taxa básica de juros) em 13,75% foi considerado hawkish pelos agentes de mercado, mas dias depois da reunião a imprensa noticiou
que pessoas do colegiado do Copom teriam procurado integrantes do Congresso e do governo a fim de explicar que, ao contrário do que o mercado havia interpretado, o texto deixa, sim, uma porta para um corte na Selic em breve.
“Essa tendência deve continuar, porque o mercado está esperando para ver o que vai ter amanhã, como vai vir essa ata, e se vai mudar a interpretação. Pode até cair mais [os juros] se houver
expectativa de cortar os juros antecipadamente”, ponderou Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
“Há uma preocupação com relação ao cenário externo: dados da Europa vieram abaixo, assim como Alemanha e China, e o medo de uma recessão global pressiona as taxas para baixo”, explica.
A agenda internacional tem como destaques os dados do PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve, na sexta-feira (30), e a divulgação do Indice de Gerente de Compras (PMI) de
junho da China na quinta-feira (29). No palco político, investidores também ficaram atentos às discussões sobre a reforma tributária no Brasil, que propõe a unificação dos impostos em um único imposto sobre valor agregado (IVA).
Além disso, o mercado avalia a pesquisa Focus de hoje que reduziu de 5,12% para 5,06% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023. Para 2024, as instituições financeiras reduziram de 4,00% para 3,98% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3%.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,000% de 13,005% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,980% de 11,010%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,360%, de 10,400%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,350% de 10,395% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a 4,7670 para venda.