A Oi divulgou ontem (14) o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 1,623 bilhão do mesmo período de 2022.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de rotina foi de R$ 234 milhões, recuo de 81,3% em relação ao mesmo período de 2022.
O Ebitda de rotina das operações brasileiras fechou o trimestre em R$ 193 milhões, apresentando redução de 84,2% na comparação anual. Os efeitos dessa queda estão associados à conclusão da venda das operações de mobilidade, que tinha uma contribuição positiva e da infraestrutura de fibra, em linha com o Plano Estratégico de Transformação da Oi.
A receita líquida fechou em R$ 2,227 bilhões, alta de 4,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2022. O desempenho positivo foi alavancado pelo desempenho dos serviços core, como a Oi Fibra (+20,8% A/A | +R$ 190 milhões) e a Oi Soluções (+12,9% A/A | +R$ 80
milhões).
A queda da receita líquida consolidada da operação brasileira, de 42,9% na comparação com o mesmo período de 2022, foi uma consequência da conclusão das vendas das operações descontinuadas, que incluía o segmento de mobilidade e a UPI InfraCo, como previstas no Plano Estratégico de Transformação da Companhia.
O fluxo de caixa operacional apresentou redução no consumo na comparação trimestral, alavancada pela queda significativa do Capex, encerrando o trimestre em R$ 26 milhões.
A dívida bruta registrou um saldo de R$ 22,7 bilhões, queda de 31,9% na comparação anual e aumento de 2% em relação ao último trimestre de 2022. A parcela da dívida em moeda estrangeira representava 67,2% da dívida a valor justo e o prazo médio de vencimento consolidado estava em 5,5 anos ao final do trimestre. A dívida líquida ficou em R$ 20,9 bilhões, queda de 33,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2022.
A companhia encerrou o trimestre com caixa consolidado de R$ 1,8 bilhão, uma redução de 44% em relação ao trimestre anterior. O consumo de capital de giro foi a principal razão da dinâmica de consumo, totalizando R$ 894 milhões, explicado, principalmente, por arrecadação sazonalmente menor em função da quantidade reduzida de dias úteis do período sazonalidade de pagamentos a fornecedores, especialmente os relacionados ao Capex reconhecido no trimestre anterior; despesas rescisórias; e efeitos não caixa no Ebitda.
A Oi Fibra apresentou 20,8% de crescimento ano contra ano, fechando com uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão e mantendo o ritmo de expansão acelerado desde o seu lançamento há 5 anos, em 2018.
A Oi Soluções totalizou uma receita líquida de R$ 701 milhões, crescendo 12,9% na comparação anual. Os serviços de TI responderam por 22,0% da receita desta unidade de negócios e o crescimento desta linha foi responsável pela sequência anual positiva no segmento.
O Opex de rotina totalizou R$ 2,3 bilhões, apresentando redução de 26,9% na comparação anual e crescimento de 1,7% em relação ao último trimestre de 2022. A redução anual de R$ 851 milhões foi resultado do processo contínuo de implementação de medidas de eficiência da Companhia, em alinhamento com o seu Plano Estratégico de Transformação, buscando uma empresa mais leve e ágil.
Também contribuiu para este resultado a venda da operação de mobilidade e da infraestrutura de fibra. Desconsiderando o impacto do novo modelo operacional na fibra, refletido no aumento da linha de aluguéis e seguros, a redução no primeiro trimestre de 2023 seria de 42,1%
ano contra ano.
As provisões para devedores duvidosos totalizaram R$ 39 milhões. O comparativo trimestral foi afetado pelas recuperações de perdas pontuais realizadas no último trimestre. Vale ressaltar que o reforço da política de crédito, implementada no fim do ano de 2022, têm incrementado a qualidade da base entrante, contribuindo para atenuar o impacto na inadimplência.