O Itaú revisou sua projeção para o crescimento do PIB em 2023 de 1,4% para 2,3%, diante do crescimento acima do esperado no 1T23 e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres. “Também aumentamos nossa expectativa para 2024, de 1,0% para 1,5%. Em meio à resiliência do mercado de trabalho, reduzimos nossa projeção para a taxa de desemprego deste e do próximo ano para 8,0% (ante 9,0% e 9,1%, respectivamente)”, acrescentou em relatório.
A projeção de inflação em 2023 foi revisada de 5,8% para 5,3%, incorporando preços mais baixos de produtos comercializáveis e corte de 5% nos preços da gasolina na refinaria. “Para 2024, revisamos nossa projeção para 4,4%, de 4,5%, com inércia menor, algum grau de reancoragem nas expectativas longas, mas com pressão de hiato apertado”.
Segundo o Itaú, o arcabouço fiscal e as medidas complementares de recomposição das receitas reduzem riscos extremos, mas ainda há desafios de implementação significativos à frente. No
curto prazo, a atividade econômica melhor ajuda, e revisamos nossas estimativas de déficits primários marginalmente para 1,0% do PIB em 2023 e 0,8% do PIB em 2024 (anteriormente déficits de
1,2% e 1,0% do PIB, respectivamente), e dívida bruta para 75% e 78% do PIB para esses anos, respectivamente (anteriormente: 76% e 79%).
“Revisamos nossa projeção de câmbio para R$ 5,00 por dólar em 2023, de R$ 5,15, e mantivemos R$ 5,25 por dólar em 2024. O cenário externo beneficia moedas de carrego, com destaque para moedas da América Latina. No contexto doméstico, houve alguma redução dos ruídos sobre política econômica, e o patamar de taxa de juros também ajuda a moeda”.
O banco espera que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Copom antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 p.p., em setembro, dois cortes de 0,50 p.p., nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic a 12,50% ao final de 2023. Para 2024, mantemos Selic de 10%, diante de uma desinflação lenta dos preços de serviços.