O Ibovespa avança, enquanto taxas DI e o dólar estadunidense caem no mercado financeiro brasileiro nesta quinta-feira. Após uma manhã mais morna com os investidores ainda fazendo ajustes de carteiras no primeiro dia do mês, a Bolsa dispara alta puxada por commodities, bancos e país do setor de consumo cíclico.
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Os investidores reagem ao resultado inesperado do Produtor Interno Bruto brasileiro (PIB) no primeiro trimestre de 2023, que veio bem acima estimativas dos analistas-cresceu 1,9% contra trimestre e 4,0% contra ano.
Mais cedo, o PMI do setor industrial da China de maio subiu de 49,5 pontos para 50,9 pts, ajudando o minério de ferro e impactando as ações da Vale (VALE3) de maior peso no índice. A mineradora vem sofrendo recentemente com a preocupação de desaceleração da economia chinesa.
Os papéis da Petrobras (PET3 e PETR4) também subiam forte em quase 3%. Com a alta do petróleo e hoje a empresa anunciou a revisão do seu plano estratégico.
As ações do setor de consumo cíclico, como varejo, construção e educacionais, também subiam assim como as dos bancos.
As ações da Vale (VALE3) avançavam 2,19%.
Às 12h38 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 1,63%, aos 110.106,52 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho subia 1,59%, aos 110.545 pontos. O giro financeiro era de R$ 11,1 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam em alta.
Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, disse que a Bolsa reagiu tarde às notícias positivas como PIB brasileiro, aprovação do teto da dívida dos Estados Unidos e alta do minério de ferro.
“O mercado demorou para andar por conta de balanceamento de carteiras no primeiro dia do mês; agora acompanha a melhora lá fora, o setor de consumo cíclico também começa a caminhar com resultado positivo do PIB, inflação melhor recentemente; a Vale avança com o minério e a Petrobras ganha tração com a alta do petróleo e o anúncio da revisão estratégica da empresa pode ajudar”.
O dólar segue em queda. O acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos faz com que os mercados respirem aliviados, beneficiando o real.
Para o sócio da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “hoje está alinhado com o cenário externo. A economia
brasileira tem mostrado recuperação”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem caindo nesta quinta-feira, pressionadas pela divulgação do PIB do 1º trimestre que mostrou dados acima do esperado, além da aprovação do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos no Congresso norte-americano ontem.
Segundo a economista- chefe Latin América da Coface, Patrícia Krause, ainda que já fosse esperado um bom PIB para o primeiro trimestre, o número veio ainda acima das boas expectativas.
“Nossa estimativa de PIB, atualmente, é de 1%. O resultado do primeiro trimestre coloca um viés de alta, porque foi ainda mais forte do que esperado, mas a gente entende que os próximos trimestres devem ser ainda de desaceleração gradual da atividade, ainda pelo impacto da taxa de juros, do forte aperto monetário sobre a atividade econômica”, pontua.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2023 cresceu 1,9%. Já no comparativo com o mesmo período em 2022, a alta foi de 4,0%. Ambas as altas ficaram acima das projeções de 1,2% (semestral) e 4,0% (anual).
Veja como estava o mercado por volta das 13h (de Brasília):
IBOVESPA: 110.171,46 (+1,69 %)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,0190 (-1,08 %)
DI JAN 2024:13,200 % ( -0,18 %)
DI JAN 202710,930 % (-0,13 %)
Camila Brunelli / Agência CMA
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