Os cortes nos dividendos da Petrobras (#PETR3; #PETR4) têm movimentado o mercado brasileiro após a divulgação de seu balanço referente ao último trimestre de 2023. A decisão de não pagar dividendos extraordinários, impactou os acionistas e fez as ações despencarem 10% na sexta-feira (8).
Em 2023, a empresa distribuiu US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) a menos em comparação com 2022, caindo de segunda maior pagadora de dividendos do mundo para a 25ª posição. Os dados são da 41ª edição do Janus Henderson Global Dividend Index, divulgados hoje, quarta-feira (13).
Além de Petrobras, a Vale (#VALE3) reduziu os seus pagamentos aos acionistas, em cerca de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões), e Ambev (ABEV3) fez um “pequeno corte”. Com isso, o Brasil foi eleito o país “mais fraco” no ranking global de 38 países, ficando atrás do Kuwait.
“O impacto dos cortes das grandes empresas fez com que o Brasil fosse o país mais fraco no nosso índice global em 2023, com pagamentos reduzidos em dois quintos numa base global”, diz o relatório.
Entretanto, para a Janus Henderson, o impacto negativo das três empresas disfarçou o forte crescimento no pagamento dos bancos. No total, em 2023, as empresas brasileiras pagaram US$ 20,7 bilhões (cerca de R$ 103 bilhões) em dividendos, um recuo de 40,5% em relação aos US$ 34,8 bilhões do ano anterior.
Desempenho global
Apesar do impacto negativo do Brasil, 2023 foi um ano recorde para os dividendos em várias partes do mundo, incluindo os Estados Unidos e a Europa. Empresas americanas distribuíram um recorde de US$ 602,1 bilhões em dividendos, contribuindo significativamente para o crescimento global. Já na Europa, excluindo o Reino Unido, os dividendos aumentaram em 17,6%, atingindo US$ 300,7 bilhões.
Perspectivas para 2024
Para 2024, as projeções apontam para um novo recorde global, estimando dividendos na ordem de US$ 1,72 trilhão, representando um crescimento de 3,9%. O cenário econômico incerto não parece abalar a expectativa de sustentação dos dividendos, com empresas mostrando-se resilientes. A gestora destaca que, historicamente, os dividendos têm resistido melhor do que os lucros em momentos de incerteza econômica.