O ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu a decisão do conselho de administração da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários como uma forma de defender a empresa, em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov, nesta quinta-feira (21). O ministro disse que aqueles que cobram previsibilidade e segurança criticaram a empresa por não alterar regras que já estavam definidas e foram anunciadas publicamente.
“O parecer técnico da empresa diz ‘distribuir nesse momento, dadas as circunstâncias financeiras, é excesso de apetite ao risco’. Então, como o acionista da empresa deve votar? Para preservar a empresa ou para colocar a empresa em risco? Então, me desculpe, eu não consigo entender a racionalidade desses argumentos”, disse.
O ministro também argumentou que a Petrobras é uma das petrolíferas que mais distribuiu dividendos no mundo e que a atividade da companhia é de capital intensivo e requer muito investimento para a empresa manter seu valor. “Requer vultosos movimentos financeiros, portanto, proteger a empresa deve ser a medida necessária que os acionistas devem tomar.”
O ministro disse ver com “surpresa” e “perplexidade” os relatos divulgados na imprensa sobre uma suposta “crise” na Petrobras que, na sua avaliação, não existe, após a decisão conselho da companhia sobre os dividendos. Para Costa, há uma tentativa de se criar uma instabilidade “artificial” na estatal.
“A Petrobras teve o segundo maior lucro da história. Que empresa no planeta não queria estar vivendo uma crise dessa né? Que crise maravilhosa! E o segundo maior pagamento de dividendos da história da empresa. Está se criando “espuma” sobre uma crise. O mercado e a imprensa sempre cobra do governo o exercício de previsibilidade e segurança jurídica. É fazer o que se anunciou com muita antecedência. A regra sobre a distribuição de dividendos foi definida no ano passado e anunciada publicamente. Divulgou e cumpriu. A segunda palavra é manter aquilo que você contratou, aquilo que você divulgou. Então, houve isso”, respondeu o ministro a pergunta sobre crise na Petrobras.