As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda ainda maior depois que o mercado digeriu a fala do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que fez uma breve atualização sobre as negociações sobre o orçamento e o teto da dívida, dizendo que houve progressos. Por aqui, a divulgação de números positivos do IPCA-15, prévia da inflação, e falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, completam o ambiente otimista.
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Biden informou que as negociações sobre o orçamento e o teto da dívida, dizendo que os negociadores estão “tendo progressos” e que todos concordam que as chances de um calote está fora de cogitação. Campos Neto, por sua vez, deu entrevista à Globo News, dizendo que os núcleos de inflação vieram um pouco melhor. “A inflação tem melhorado, num ritmo lento. A desinflação tem sido um pouco mais lenta do que a gente espera, mas a gente vê vários sinais positivos.”
Marcelo Castro, economista e sócio da Pronto! Investimentos disse que a fala de Biden movimentou o mercado, mas nada demais. Para ele, a queda dos DI tem 80% de IPCA. “Se fosse pesar diria que o movimento hoje dos DIs é 80% o IPCA, mesmo, diz Castro.
“Se desse errado, eles não iriam para o estresse máximo, porque ninguém quer ser responsabilizado por um calote norte-americano. Na hora H chegariam num acordo, como parece que está acontecendo agora.” As falas de Campos Neto, para Castro, pouco impactaram no movimentos dos juros “porque ele já está com esse discurso há um bom tempo.”
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,51% em maio na comparação com abril, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (0,57%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,07%. Tanto o resultado mensal quanto o acumulado de 12 meses ficaram abaixo das projeções de 0,64% e 4,21%, respectivamente, medidas pelo Termômetro CMA.
Head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno concorda que mexe com as taxas, mas acredita que a fala do presidente do BC corrobora para a baixa. “A fala do Campos Neto ajudou a curva a fechar mais um pouco”, diz
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,185% de 13,265 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,500 % de 11,630%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,115 %, de 11,115%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,030 % de 11,140 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,0350 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: piqisels.com
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