São Paulo, 25 de maio de 2023 – O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de
Guindos, afirmou nesta quinta-feira que os governos da zona do euro devem retirar as medidas de
apoio relacionadas à crise do setor de energia se não quiserem alimentar ainda mais a inflação.
"À medida que a crise de energia diminuir, os governos devem reverter as medidas de apoio de
imediato e de maneira coordenada para evitar que as pressões inflacionárias de médio prazo
aumentem, o que exigiria uma resposta de política monetária mais forte", disse ele, destacando que
o comportamento da política fiscal é um "importante fator" para a perspectiva da inflação.
Em um discurso preparado para a apresentação do relatório anual do BCE, Luis de Guindos
observou que os riscos de alta para a inflação são provenientes, entre outras coisas, do
crescimento dos salários e dos lucros acima do esperado.
Por outro lado, os riscos descendentes para os preços estão relacionados com "possíveis
tensões renovadas nos mercados financeiros e uma procura mais fraca, devido, por exemplo, a um
abrandamento mais acentuado dos empréstimos bancários ou a uma transmissão mais forte da
política monetária".
O vice-presidente do BCE reforçou que as futuras decisões do banco central garantirão que as
taxas de juros sejam levadas a níveis suficientemente restritivos para que a inflação retorne à
meta de 2%. Segundo de Guindos, as taxas deverão ficar nesse nível "pelo tempo que for
necessário".
"Continuaremos a seguir uma abordagem dependente de dados para determinar o nível apropriado e
a duração da restrição, levando em consideração o ambiente altamente incerto. Para tanto,
nossas decisões de política serão baseadas na avaliação das perspectivas para a inflação à
luz dos dados econômicos e financeiros recebidos, da dinâmica da inflação subjacente e da força
da transmissão de nossa política monetária", disse o dirigente.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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