As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem mais um dia de pregão em queda, puxadas por dados do IPCA-15 fracos divulgados há pouco. A preocupação global com o teto da dívida norte-americana, sobre a qual o presidente do país, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, ainda não chegaram a um consenso, deve trazer volatilidade ao ambiente externo nos próximos dias.
O analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, diz que os dados de hoje do IPCA-15 podem abrir margem para o Banco Central (BC) começar a discutir cortes nas taxas de juros na próxima
reunião do COPOM. “Acho que é muito otimista pensar em corte já na reunião de agosto, mas acho que depois de umas duas reuniões, em setembro, por exemplo, pode começar a cogitar cortar.”
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,51% em maio na comparação com abril, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (0,57%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,07%. Tanto o resultado mensal quanto o acumulado de 12 meses ficaram abaixo das projeções de 0,64% e 4,21%, respectivamente, medidas pelo Termômetro CMA.
Com relação à novela do teto da dívida dos Estados Unidos, Komura aposta em uma manutenção da taxa de juros por parte do FED e fim do ciclo de altas. “O mercado é conservador, e o corte de juros é mais rápido do que o mercado espera – vai ajustando e acelerando. A curva de juros está fechando bastante agora, mas ainda tem espaço para fechar mais. Ainda temos que esperar as reuniões dos Bancos Centrais aqui e lá fora para saber o que vai acontecer”, pondera.
“Esse imbróglio do teto da dívida causa volatilidade no curto prazo e deve ficar nisso essa semana e nos primeiros dias da semana que vem, mas isso deve ser resolvido logo e a correção vai ser
rápida”, conclui.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,200% de 13,265 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,475 % de 11,630%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,995 %, de 11,115%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,010 % de 11,140 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,9870 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels