O Ibovespa permaneceu próximo da estabilidade pelo segundo dia consecutivo, impulsionado principalmente pelas ações dos grandes bancos. A queda nos preços do minério de ferro e do petróleo impactou negativamente as ações da Vale e da Petrobras, impedindo uma valorização mais expressiva do índice.
A análise do mercado sobre a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que sugeriu uma possível redução menos acentuada da taxa Selic neste ano e o IPCA 15 de março, que registrou uma inflação de 0,36%, acima das expectativas do mercado, também influenciaram o índice.
No fim da sessão, o principal índice da B3 caiu 0,05%, aos 126.863,02 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,4 bilhões.
Cortes na Selic
A perspectiva de uma possível desaceleração no ritmo de cortes da taxa Selic em junho, de 0,5 para 0,25 ponto percentual, ganhou força com a divulgação da ata. Isso se refletiu nas projeções dos investidores, com a maioria indicando uma redução de 0,25 ponto na Selic para junho e uma taxa de 9,75% ao final de 2024.
As instituições financeiras como o Bank of America e o Barclays reiteraram suas expectativas de redução de juros, embora reconheçam um aumento na probabilidade de uma redução menor. Essas expectativas impactaram positivamente as ações dos grandes bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco.
Influências negativas
Por outro lado, a queda nos preços das commodities afetou negativamente as ações da Vale e da Petrobras, duas das principais influências negativas do dia. A Vale teve uma queda de 1,27%, enquanto as ações da Petrobras registraram variações negativas de 0,93% (PN) e 1,10% (ON).
Análise de especialistas
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que Ibovespa segue preso em um intervalo curto.
“Entre a máxima e mínima das duas sessões da semana, a diferença está em menos de 650 pontos. O índice foi pressionado pela queda da Vale, puxada pelo minério de ferro, e Petrobras, compensados pelo bom desempenho positivo dos bancos”.
Yan Vasconcelos, sócio da One Investimentos, disse que a Bolsa está lateralizada com o mercado cauteloso diante do cenário doméstico.
“O mercado está esperando uma sinalização positiva e clara para tomar uma direção. Apesar de uma agenda reformista, o fiscal continua nebuloso. Todos os setores da Bolsa estão sofrendo, os grandes nomes [Petrobras, Vale, bancos] estão lateralizados; a Vale cai em função dos dados da China. Na comparação global, a nossa Bolsa é a única que fica a desejar. No mês ela perde 1,66% e no ano 5%”.
Maiores altas e baixas
As maiores altas do dia foram registradas pelas ações de São Martinho, Localiza, Pão de Açúcar e Locaweb, enquanto as maiores baixas foram observadas nas ações de Casas Bahia, Minerva, Magazine Luiza e Totvs.