As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, na contramão dos juros internacionais, ainda refletindo aprovação do texto base do arcabouço fiscal com amplo apoio da Câmara e conteúdo mais austero do que o proposto inicialmente pelo relator, Cláudio Cajado (PP-BA).
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Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed considerou a resposta ao arcabouço positiva, embora tenha havido algumas correções que foram importantes com relação à limitação do crescimento das despesas e a possibilidade de punições, a respeito do descumprimento das metas.
Segundo ele, trata-se de um assunto que ainda precisa evoluir, mas pelo menos é algo que já começa andar. Obviamente, alguns gatilhos não foram tão bem sucedidos, como essa possibilidade do aumento de despesa para os próximos anos.
No geral, foi algo positivo, ele diz. “Até a velocidade da votação foi positiva”.
Jorge diz que a leitura do mercado também foi positiva e contribuiu para o mercado de juros. Foi um bom dia para esse mercado.
Obviamente, dificilmente a gente chegaria a um texto ótimo, mas o que tem sido apresentado, os esforços do governo para tentar fazer o melhor é algo que tem agradado – e tem ajudado a melhorar a percepção do mercado a respeito do risco fiscal.
A resposta na curva de juros obviamente é um fechamento não muito expressivo e aconteceu de maneira mais significativa ontem, na parte da tarde, justamente por conta da antecipação dessa votação de urgência na Câmara ontem à noite, segundo relatou Ricardo Jorge. Ele explicou que até a noite anterior, não havia nenhum driver que justificasse um movimento mais direcional na curva de juros.
A resposta na nos ativos do tesouro direto também corrobora com esse movimento. Acho que ainda há um caminho a ser percorrido, mas a mensagem importante é que aos poucos a gente começa a ver que cada vez mais, tem uma uma luz no fim do túnel – e isso tem refletido no preço dos ativos aqui no Brasil, principalmente na na curva de juros, na ponta média e na ponta longa, conclui.
Ainda é o reflexo de ontem, da forma como foi [a votação]: a toque de caixa, pondera a economista Paloma Lopes, da Valor Investimentos. E o Lira [presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira], ter pautado ainda um destaque, pela hora que foi, foi bem complicadoA votação foi bem conturbada, por assim dizer, considera.
A especialista explicou que o mercado ainda está receoso sobre quais destaques serão feitos no texto base que foi aprovado. Foi ótima aprovação, mas ainda há um receio quanto aos destaques”, diz. Até agora não saiu nenhuma notícia que pudesse reverter as taxas.
Por volta das 16h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,275% de 13,300 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,625 % de 11,685%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,115 %, de 11,165%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,160 % de 11,140 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$4,9530 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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