A Bolsa fechou em queda pelo terceiro dia seguido, apesar da aprovação do texto-base do arcabouço fiscal ontem, com os investidores focados no exterior.
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A queda das commodities metálicas, a lentidão no avanço das negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, ademais de uma ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais dura contribuíram para o pessimismo dos agentes financeiros.
A Vale (VALE3), ação de maior peso no índice caiu 2,26%, cotada a R$ 65,05. CSN (CSNA3) perdeu 3,81%, a R$ 12,61 refletindo a forte queda do minério de ferro com o receio em relação à recuperação da economia chinesa.
O principal índice da B3 caiu 1,02%, aos 108.799,54 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho cedeu 1,28%, aos 109.630 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em baixa.
Felipe Leão, analista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa cai influenciada pelas commodities metálicas “pressionadas pela baixa do minério, fica a tensão em relação ao teto da dívida dos Estados Unidos com declarações do pres. Da Câmara de que as partes estão distantes de um acordo e a ata do Fed, divulgada agora à tarde, apontou que vai ter um limite da dívida federal e que pode não ser elevado em tempo hábil, diminuíram as chances de novos aumentos de juros e os membros concordaram que a inflação segue alta e continua prevendo recessão”.
Vicente Matheus Zuffo, fundador e CIO da Chess Capital, disse que a Bolsa é impactada “pelas commodities metálicas e exterior, a curva de juros está bem-comportada, cedendo um pouco ao longo de todos os anos as ações ligadas ao consumo doméstico estão melhores; em relação ao arcabouço, a melhora recente da Bolsa já vem precificando a aprovação”.
Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que o movimento da Bolsa reflete uma questão doméstica e macro. “Apesar do arcabouço estar impactando positivamente nos juros e no dólar, a Bolsa está realizando porque já precificou esse otimismo, temos espaço de correção; o foco principal é a Vale, que cai por conta do minério de ferro, e as bolsas internacionais puxando forte por falta de acordo em relação ao teto da dívida dos Estados Unidos e impactam aqui”.
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a grande notícia é a aprovação do arcabouço fiscal. “O texto acabou sendo um pouco mais rígido, mas dá força para o governo aprovar as próximas reformas e está ajudando mercado mais vinculado a ele performar bem como os juros e dólar, movimento antecipado ontem. Já a Ibovespa futuro está em linha com os futuros norte-americanos em meio às negociações do teto da dívida e aqui as commodities metálicas prejudicam bastante a Bolsa brasileira, que é muito pesada no setor de mineração e siderurgia e acaba tirando o “brilho que podia ter”.
Silva disse que com o fechamento da curva de juros ” devemos acompanhar o varejo e bancos e devemos ver o movimento de rotação de setores, saindo de commodities e indo para os players de mercado interno”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
Imagem: unsplash.com
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